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Para consertos de calçados e além
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Para consertos de calçados e além

Conserto de sapato, bolsa e mala ainda tem procura em Fortaleza
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José Amâncio Macêdo é um homem de 70 anos que conserta calçados, bolsas, pastas e malas de viagem numa lojinha escura e pitoresca no miolo da Aldeota. Ele trabalha sozinho, ligeiro e jeitoso, ao passo que desembesta a narrar sua história de vida para quem quer que esteja esperando do outro lado do balcão do estabelecimento. “Tá tudo no ‘quengo’”, avisa. Como Macêdo, outros sapateiros estão espalhados por Fortaleza, dispostos a consertar o que puderem e a compartilhar um, dois ou mais causos do cotidiano.

 

Macêdo é de Currais Novos, interior do Rio Grande do Norte, mas aprendeu a ser sapateiro em Uberlândia, Minas Gerais. De lá, se mudou para São Paulo, onde trabalhou com um espanhol que muito o ensinou sobre o ofício e com outros empregadores que, até hoje, são seus amigos. Em 1989, poucos anos depois de casar com uma cearense, saiu da capital paulista para se fixar em Fortaleza. Essa história — com detalhes — ele contou em questão de dez minutos, enquanto colava a sola do chinelo de um homem que chegou à sua loja num carro preto reluzente e do veículo não saiu até receber de volta o produto.

 

Para lidar com a clientela, inclusive, Macêdo revelou que é preciso ser franco. “Duas palavras: sim e não”, resumiu. “É comum a pessoa chegar aqui dizendo: ‘É a terceira vez que trago esse negócio e o senhor diz que não dá’. Mas ela não sabe que meu negócio é o detalhe. Não tem mentira. A pessoa me procura pra resolver um problema dentro da minha área. Como vou dizer que vou dar um jeito ‘mais ou menos’? Se ajo bem contigo, você fala pra um ou dois. Se ajo mal, você fala pra duzentos”, ensinou. Sobre valores do serviço que presta, Macêdo disse que é preciso negociar com o cliente. Porque, segundo ele, depende da avaliação do produto.

 

Longe da Oficina das Malas de Macêdo, no Dionísio Torres trabalha o sapateiro Paulo Roberto Alves, 34, cujo negócio se chama “Sapateiro na Medida”. Ele já teve um ponto fixo, mas hoje fica numa banquinha na rua Barbosa de Freitas, próximo à Assembleia Legislativa do Ceará, de onde sai grande parte da clientela. O serviço de consertar sapato, mala e mochila foi aprendido ainda criança, com o pai, que, atualmente, comanda a própria oficina no João XXIII. Sobre vantagens de ser autônomo, disse Paulo, “você não tem cobrança e horário como tem em empresa”.

 

Já no Parque Araxá, numa oficina escura, com calçados abarrotados em prateleiras, trabalha João Bosco Ramos, 58. Além dos consertos usuais, o homem diz que fabrica sandália artesanal, cinto e bolsa. Mas, lamenta: “Pessoal hoje prefere coisa barata a peça original, de couro”.

 

SERVIÇO

 

Oficina das Malas
Onde:
rua Padre Valdevino, 831, Aldeota
Funcionamento: segunda-feira a sábado, de 7h30min às 17h30min
Contato: (85) 3253-3325

Hospital Geral dos Calçados
Onde:
rua Cândido Jucá, 797, Parque Araxá
Funcionamento: segunda-feira a sábado, de 7 horas às 19 horas
Contato: (85) 9 8757-2318 ou 9 9661-56955

Sapateiro na Medida
Onde:
rua Barbosa de Freitas, 2895, Dionísio Torres
Funcionamento:
segunda-feira a sexta-feira, de 7 horas às 17 horas
Contato: (85) 3227-2527 ou 9 8726-6133

 

 

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