Uma roupa bem engomada é um resultado que nem todos conseguem chegar, pelo menos, sozinhos. Alguns produtos no mercado, como vaporizadores, facilitam a tarefa, mas o ferro de passar ainda é o grande aliado nesse ofício. Com a diversidade de tecidos, escolher a temperatura certa para engomar nem sempre é fácil e pode significar a perda de uma peça estimada. No Meireles, o time de mulheres da Associação de Lavadeiras de Fortaleza (Aslafor) é persistência quando a tarefa é força nos braços para lavar e passar.

Em cada mesa empilhada de roupa, um radinho de pilha embala os movimentos ligeiros das passadeiras. Ao todo, a Aslafor é composta por 13 mulheres que, além do sustento do lar, mantêm a tradição da lavanderia Dom Lustosa, que já soma mais 50 anos de história na capital cearense. "A gente que trabalha nisso tem que gostar", assegura Márcia Silva, 43, que conta ter aprendido com a mãe tudo o que sabe da profissão.

"Vim pra cá quando tinha 15 ou 16 anos. Ela [mãe] me trouxe porque, infelizmente, os filhos têm que ajudar seus pais, né? Eu vinha três dias na semana porque estudava. Passei a vir a semana toda, deixei a escola pra lá e estou aqui há esse tempo todo", refaz Márcia, que concluiu os estudos tempos depois.

O local funciona de segunda à sexta-feira, das 7 às 16 horas. Segundo a presidente da Aslafor, Salete Pedrosa, cada profissional possui sua cartela de clientes que vai chegando, principalmente, por intermédio dos mais antigos. O serviço de passar tem preço tabelado, que varia de acordo com as peças. As mais simples, como lençol, fronha e toalha, custam R$ 1,70, cada. Já a parte de vestuário sai por R$ 3, cada item.

A dica de Márcia para uma roupa bem engomada é observar as indicações no ferro. Tecidos mais delicados como a seda e o nylon, por exemplo, não devem ser passados com o ferro quente, diferente de peças mais grossas como o jeans.

Para ajudar na tarefa, O POVO lista alguns cuidados sugeridos pelo gerente de produtos da Electrolux, Flamarion Pirtouscheg, que podem garantir mais tempo de vida aos tecidos e economia de energia.

Cuidados

Leia a etiqueta das roupas para conferir se a peça pode ou não ser passada.

O ferro muito quente sobre tecidos delicados queima as fibras e deixa brilho e manchas.

Temperaturas baixas ou médias não deixarão as fibras naturais, como linho e jeans, bem lisas.

Começar pelos tecidos finos, que exigem temperatura amenas, e ir aumentando a temperatura gradativamente, evita danos por excesso de calor em tecidos mais sensíveis e ainda ajuda a economizar energia no final do mês.

Alguns cuidados também podem garantir a vida útil do ferro, como não passá-lo sobre botões e zíperes. O indicado é abrir essas partes e passar o aparelho delicadamente ao redor. Isso evita riscos que podem reduzir o deslizamento na base do ferro.

É importante limpar o equipamento pelo menos uma vez por mês para evitar que acumule resíduos nas saídas de vapor. Pode-se fazer uma mistura de 2/3 de água e 1/3 de vinagre no copo e passar com uma esponja na base e retirar o resíduo com pano macio e úmido.

AS PEÇAS EM ORDEM

1

O nylon e a lycra são dois tecidos super sensíveis e precisam de maior atenção. O nylon passa facilmente com temperatura mais amena. A lycra pode ser passada com movimentos mais rápidos e é importante deixar a base
aquecida por pouco tempo em cima da roupa.

2

A seda, por ser um tecido delicado, deve ser engomada pelo lado avesso e sempre sem vapor. O veludo, que também é brilhante, deve ser passado do avesso e ligeiramente umedecido.

3

Os sintéticos são mais fáceis de passar. É preciso que as peças estejam bem abertas sobre a tábua e trabalhar com movimentos rápidos com o ferro.

4

Lã e algodão são tecidos que exigem maiores temperaturas e requerem umidade na hora de passar.

5

O último da fi la é o jeans. A temperatura precisa estar alta e usar vapor facilita o processo.