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"Doido é tu". Bloco feito por pacientes de Caps
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"Doido é tu". Bloco feito por pacientes de Caps

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O Carnaval levou o medo e trouxe consigo a alegria de festejar. Há três anos, Ana Cristina Cavalcante, 42, é presença garantida no bloco Doido é Tu, que neste sábado, 4, estreou o ciclo de apresentações no Pré-Carnaval de Fortaleza deste ano, no bairro Rodolfo Teófilo.


“Eu tinha síndrome do pânico, não conseguia estar no meio das pessoas. Um dia, decidi ir para o bloco. Foi a melhor coisa que aconteceu. O medo foi saindo, eu fui me sentindo bem e não perco mais o Carnaval”, garante.


Na noite de ontem, as marchinhas embalaram a folia dos brincantes no local.

Formado por pessoas atendidas pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de Fortaleza, o bloco já existe formalmente há dez anos e conta com a participação de amigos, familiares, profissionais de saúde e moradores do bairro Rodolfo Teófilo. Ao todo, cerca de 600 pessoas integram o Doido é Tu.


“Somos tetra campeões do Carnaval de Fortaleza. É uma ação cultural em que a gente envolve os usuários dos Caps desde a nossa percussão até a elaboração de fantasias”, afirma Eliza Gunter, 60, assistente social e uma das idealizadoras do bloco. O tetracampeonato se refere às premiações no desfile de blocos na Domingos Olímpio, do qual o Doido é Tu participa. “O nosso propósito não era ganhar prêmio, mas a inclusão social e cultural. A gente vê que o bloco oferece alternativas e experiências que inspiram os profissionais a modificarem suas práticas”, acredita.


Toda a percussão é acompanhada pelo samba da madrinha de bateria Carmén Lúcia Sousa, 32. De acordo com ela, o período momino é o mais esperado do ano. “Eu amo essa festa. Gosto da emoção que o bloco traz pra mim quando desfilo na Avenida”, afirma.


Além das apresentações no Carnaval e Pré-Carnaval, o bloco conta com série de ações como oficinas de adereços e percussão. A concentração ocorre todos os sábados até o Carnaval, a partir das 17 horas, na Fundação Silvestre Gomes, rua Frei Marcelino 1511, Rodolfo Teófilo. 

 

Opinião da repórter
Eduarda Talicy, repórter de Cotidiano


FOLIA E INCLUSÃO
O bloco mostra que a gente só precisa de disposição e alegria pra fazer festa. Além disso, faz refletir sobre o importante caminho da humanização no tratamento psiquiátrico.


ADESÃO
A iniciativa é maravilhosa e seria ainda mais interessante se contasse com mais adesão da população do entorno e de outros locais da Cidade. 

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