Nas Farmácias Pague Menos, o fundador Deusmar Queriós orientou os filhos a participar do processo e de crescimento da empresa. “Pensamos na perpetuação. Não pode ser eu o tempo todo. Para isso, tivemos de preparar nosso pessoal”, afirma. Ao todo, quatro filhos atuam em diretorias da empresa. Quem assumiu o bastão foi Mário Queirós, hoje diretor-presidente da Pague Menos.
“Na maioria dos casos, as empresas fazem a sucessão e veem que o sucessor não estava preparado. É uma responsabilidade grande. Alguns assumem a empresa e não conseguem colocar a forma do fundador. Tive a preocupação de passar isso para eles”, disse Deusmar, que hoje preside o Conselho Administrativo da companhia.
Mas antes de chegar ao comando, Mário teve de “apanhar” para crescer. Conta que, quando jovem, atuou na Pax Corretora de Valores (outra empresa de Deusmar). No primeiro período, cometeu um engano em uma operação de derivados e tomou prejuízo 30 vezes superior ao seu salário à época.
“Meu pai me chamou na sala, me demitiu e me mandou para trabalhar no centro de distribuição da Pague Menos, carregando caixa na cabeça, literalmente. Aprendi a lição. De auxiliar de depósito fui passando por diversos setores da companhia: estagiário de TI, gerente de loja, gerente de montagem de loja, gerente de manutenção, gerente de delivery até chegar a gerente de marketing”, recorda.
Ao assumir a Presidência, Mário teve de fugir do rótulo do “filho do dono”. “Para que eu pudesse ter voz e ser reconhecido, sempre tive que demonstrar através dos resultados do meu trabalho que eu estava aqui por mérito e competência. No início lidei com inúmeras comparações, como: seu pai não agiria assim ou no tempo do seu pai os resultados eram outros etc”, destaca. As mudanças foram sutis. Aos poucos, foi implantando seu estilo de gestão, que ele considera mais analítico, focando em resultados de indicadores.
A Pague Menos atua em 26 estados, além de ter 950 lojas no País e 21 mil colaboradores. Espera fechar o ano de 2017 com R$ 7 bilhões em faturamento. (Átila Varela)