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Dois dedos de prosa com Kátia Barros e Marcello Bastos
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Dois dedos de prosa com Kátia Barros e Marcello Bastos

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A marca carioca Farm completa 20 anos comemorando números robustos e compradoras fiéis. Mas ela quer mais. Quer conquistar o mundo e ser reconhecida como a marca brasileira Farm. Em entrevista ao O POVO por email, os amigos desde a adolescência e sócios, Kátia Barros e Marcello Bastos, falam sobre as estratégias para colecionar compradoras-fãs, cópias e crise econômica. A Farm nasceu numa badalada feirinha carioca e hoje tem lojas em 22 estados do Brasil. Em 2016, foram vendidos 3,6 milhões de peças. O faturamento do ano passado foi de 425 milhões de reais e a estimativa é, em 2017, fechar o caixa em meio bilhão de reais.


OPOVO - A Farm tem 70 lojas próprias no País, um e-commerce, está nas araras da norte-americana Antrophologie. Onde a marca quer chegar?


Kátia Barros - Sonhamos em ser a marca de moda que melhor representa o Brasil lá fora! Admiramos muito o trabalho das Havaianas e morremos de orgulho de ter um parceiro que é um grande símbolo nacional das nossas cores, alegria e simplicidade no exterior. Queremos chegar aonde as Havaianas chegaram com a nossa roupa e
nossa marca.

OPOVO - O aspiracional é muito forte na Farm, que afirma vender lifestyle. Qual o verdadeiro desejo de consumo das mulheres e meninas atualmente?


Kátia - Sentimos que cada vez mais as mulheres e meninas buscam um equilíbrio entre algo que elas acham bonito e que vai deixá-las mais lindas e o que realmente combina com elas, com a essência delas. Os padrões de beleza estão mudando e este processo de transformação é lindo! Não existe mais um padrão de beleza, o novo padrão é a beleza de cada uma. Queremos vestir todas elas!!

OPOVO - Qual o modelo de gestão que está garantido o crescimento da Farm?


Marcello Bastos - A chegada do grupo Soma em janeiro de 2010 nos fez muito bem. Juntamos a capacidade de gestão deles com a nossa criatividade e o resultado foi espetacular. Com eles aprendemos a organizar melhor nossos processos, nossa cadeia produtiva, otimizar nossa gestão financeira e fiscal. Em três anos, a Farm cresceu três vezes.

OPOVO - Quais as novidades futuras da marca?


Kátia - Ihhhh, são muitas! Vamos lançar uma linha Quarto da Quero! - nossa marca de objetos de lifestyle. Tá tão linda! Teremos edredons dupla face, fronhas, tapetes, redes. Curtimos tanto desenhar e estampar objetos para a casa que começamos a desenhar louças também!

OPOVO - Quais têm sido as estratégias para driblar a crise econômica?


Marcello - Acho que não desanimar e se manter otimista, sempre.

Manter a visão de sucesso com muita gestão e uma gestão muito próxima. Nos últimos três anos passamos por grandes processos de otimização que têm garantido nossa capacidade de investimento. O negócio de moda tem um leadtime gigante, quanto mais você cresce, menos o dinheiro aparece. Mais você precisa investir para continuar crescendo. Um dos grandes erros que os empresários de moda cometem é começar a fazer dinheiro e retirar mais do caixa do que o negócio suporta. A crise nos exige ser o mais conservadores possível, sem deixar de lado o espírito de inovação e ousadia que fazem com que a nossa marca se mantenha sempre à frente.

OP - A Farm tem uma história de negócios que a
romantiza, porque conta que do fracasso do negócio anterior. Qual a lição desse primeiro negócio tem sido presente nesses 20 anos?


Kátia - Aprendemos que a conexão entre criação e vendas é essencial.

Quebramos porque vendíamos algo que as clientes não queriam. E aprendemos com elas a entender seus desejos. A peça era boa, mas estava na cor errada. Ou a cor era ótima, mas não era aquela a melhor modelagem. Depois que quebramos e saímos do modelo de franquia para criar nossa própria marca, começamos a criar para atender desejos. Os nossos e os delas. Aí deu certo!

OP - Como vocês lidam com as inúmeras marcas que no País tentam copiar o estilo de roupa e lifestyle da Farm?


Marcello - O segredo é nos manter sempre à frente. Se estão nos copiando é porque está dando certo. Mas não podemos nos acomodar nunca. Precisamos estar sempre inovando, desafiando nossa criatividade a fazer sempre melhor e diferente. É isso que nos move.

OP - Vocês identificam dentro do leque de opções da marca o que é mais consumido no Ceará ou se há uma forma de consumir própria da região?


Kátia - O litoral brasileiro tem uma afinidade muito grande com o lifestyle carioca. Estar perto da praia é uma característica muito forte que nos une.


Por Paula Lima
Editora-adjunta do Núcleo de Negócios 

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