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A Semana. Além da negociação Boeing e Embraer
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A Semana. Além da negociação Boeing e Embraer

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Muito além do que se vê está por trás da negociação de compra da Embraer pela fabricante de aeronaves americana Boeing. Está tudo nos ares. Figurando como terceira empresa mais exportadora do Brasil, a Embraer tem peso. Daria à norte-americana crescimento de alcance na aviação regional e internacional, além de mais força para decolar diante da união das concorrentes Bombardier (canadense) e Airbus (francesa). A parceria com a Embraer seria essencial para a Boeing pousar em outro mercado, o dos jatos para até 130 passageiros. Em texto conjunto, as empresas frisam que não há garantias de que as discussões resultem em uma transação. Pode ser tudo apenas uma parceria. Mas nesse espaço aí tem dedo federal. Isso porque, quando foi privatizada, em 1994, a Embraer manteve o Governo com poder de veto em decisões, como a de transferências de controle acionário. Além de aprovação da União, uma venda precisa ser aceita pelo conselho das empresas e por órgãos reguladores dos Estados Unidos e do Brasil. Mas, ao ouvir essa história, o presidente da República, Michel Temer (PMDB), manifestou-se. Negou a venda do controle da brasileira. Não mostrou interesse. Para Temer, a soberania brasileira é o que está em jogo. Afinal, a compra da Embraer poderia suspender a atual produção de aeronaves para as Forças Armadas do Brasil.

 

Beatriz Cavalcante

Editora-adjunta do Núcleo de Economia

 

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