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Cansados dos produtos com sulfatos, metais pesados e parabenos, consumidores procuram cada vez mais alternativas sustentáveis e melhores para a saúde corporal na hora de adquirir cosméticos.
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Antes incomuns na composição desses itens, ingredientes como manteiga de cupuaçu, óleo de coco e extratos de ervas estão sendo utilizados na fabricação de desodorantes, máscaras de hidratação e até xampus em forma de barra sólida. A demanda por estes produtos feitos com matéria-prima natural cresceu no Ceará e o mercado de fabricação e venda busca acompanhar os consumidores, que estão cada vez mais exigentes.
"É uma preocupação que até quem não é 'natureba' tem que ter", opina Aline Machado, 29. Formada em química, ela começou a faculdade querendo trabalhar com cosméticos. "No começo eu não tinha preocupação com ingredientes naturais, foi o público que pedia por isso". A marca Alquimist Saboaria Artesanal existe há um ano e virou 100% natural em 2017.
Renata Cavalcante, 30, passou pelo processo inverso. A publicitária explorava ingredientes na sua cozinha para fazer receitas para consumo próprio. "Nunca parei para pensar na escolha política que é a sustentabilidade. Pensava em cuidar da gente como nossos avós cuidavam", afirma. Além de cortar gastos, Renata recebia elogios e via resultados positivos na pele e no cabelo. A "curiosa virou produtora" depois dos pedidos por suas receitas e hoje é dona da marca Muda.mundo.
"É impressionante como o mercado vem crescendo", diz a artesã. Ela relata que uma das partes mais gratificantes é a relação entre produtor e quem compra. Para Renata, todos estão "no mesmo barco" indo para a conscientização do consumo. Partindo da mesma vontade de compartilhar informações, Dayane Uchôa conta que uma das premissas da sua loja Flora Bamboo é promover palestras sobre mudanças de hábitos.
Aline diz que para informar a composição dos produtos e coloca tudo nas embalagens. É assim que os consumidores podem escapar do "green washing": marcas que tentam vender a ideia da sustentabilidade, sem pôr em prática nos produtos. Para driblar isso, Dayane explica que selos ecológicos guiam as escolhas de quais marcas colocar na loja.(Alexia Vieira)
Diferenças entre produtos naturais, orgânicos e veganos
Veganos: aqueles que não utilizam nenhuma substância de origem animal para a produção. Também não são testados em animais antes da comercialização. Não necessariamente são naturais ou orgânicos.
Naturais: não possuem aditivos químicos, sintéticos ou produzidos em laboratório de forma artificial.
Orgânicos: tem como matéria-prima ingredientes cultivados sem adição de agrotóxicos e de forma ecologicamente correta.