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Confronto das ideias/Animais domésticos
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Confronto das ideias/Animais domésticos

Está em vigor a lei que permite a entrada de animais domésticos, como cães, gatos, coelhos pássaros e chinchilas, em hospitais de Fortaleza. Você concorda com a nova legislação?
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Sim

 

Desde a pré-história, há 30.000 anos, nossas ligações e afetos com os cães só crescem. Eles são parte da condição humana. Para além da proteção, apoio à caça, à companhia, as intervenções assistidas por cães na saúde vem ganhando o mundo e o Brasil. "Cães são terapia para o corpo e alma" comentou um leitor na matéria de O POVO sobre a adoção da prática no 

Hospital Regional da Unimed (13/10/2016). De fato, efeitos benéficos das terapias assistidas por cães foram demonstrados em vários agravos à saúde: transtornos cognitivos no idoso, alívio de estresse e dor em crianças, doenças psiquiátricas em adolescentes e outros (Lundqvist M. et al. Patient benefit of dog-assisted interventions in health care: a systematic review. BMC Complementary and Alternative Medicine). Elas consistem em oferecer a pacientes visitas caninas com fins terapêuticos. Requerem preparo, logística, pessoal e, claro, cães treinados, saudáveis e aptos à função. Outra iniciativa é permitir ao paciente ser acompanhado por seu bicho de estimação em caso de hospitalização. Essa prática ganhou incentivo com a recente lei municipal permitindo a prática, desde que respeitadas certas restrições por razões de segurança. Tais ações se alinham à humanização da saúde por considerarem aspectos existenciais, de solidariedade e o acolhimento a quem se encontra fragilizado por uma enfermidade. Há que se avaliar sua relação custo-benefício reconhecendo-se que iniciativas exitosas incluem ações voluntárias, do tipo que nossos amados pets nos ensinam, de forma lúdica e autêntica.

 

Marcelo Alcântara

marceloalcantara2@gmail.com
Médico e professor de medicina da UFC

 

Não

 

Levar animais a hospitais para visitar uma pessoa doente não é algo que se deve fazer aleatoriamente.

 

É preciso levar em conta o grau de afetividade do animal por seu dono, além de ter uma equipe formada por profissionais, principalmente psicólogos, sobretudo quando se trata de pacientes terminais.

 

A entrada de animais em locais como Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou  para visitar pessoas recém-transplantadas, deve ser proibida, pois tomam medicamentos para reduzir a imunidade do corpo para diminuir a rejeição do órgão.

 

Além disso, tem que verificar com cuidado o local, porque um ambiente desconhecido, com pessoas estranhas pode trazer desconforto para o bichinho.

 

Também é importante escolher bem a pessoa que irá conduzir o animal até o paciente. O mais indicado é que ele seja levado por uma pessoa conhecida, para evitar estresse.

 

Outro cuidado a ser tomado é em relação a saúde do pet, verificando antes se ele está com o sistema imunológico alto, para evitar que seja contaminado por bactérias ou vírus, ou transmitir alguma doença para o paciente, como o calasar.

 

Raças como Chow Chow e Akita merecem um cuidado especial, principalmente se os cães forem muito humanizados por seus donos. Caso isso aconteça, é comum que o animal não aceite a presença de estranhos e fique extremamente deprimido quando não está próximo às pessoas de seu convívio.

 

Os gatos também precisam de uma atenção especial, pois são animais que vivem constantemente em alerta, prontos para fugir ao menor sinal de perigo. 

 

DavidCoelho 

davidcoelhov@gmail.com
Médico veterinário

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