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Para especialista, crescimento de streaming e queda de TV é "caminho sem volta"
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Para especialista, crescimento de streaming e queda de TV é "caminho sem volta"

Anatel aponta queda nos serviços deTV por assinatura e aumento de adesão de banda larga
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Foi-se o tempo em que as emissoras de TV abertas ou fechadas eram as únicas opções para os fãs de esportes - mais especificamente de futebol -, acompanharem eventos do interesse deles. Em cenário em que usuários buscam cada vez mais consumir conteúdo de acordo com a própria disponibilidade de tempo, a substituição das transmissões em veículos tradicionais - como rádio e TV - pelas de streaming é vista como "caminho sem volta".

Balanço divulgado no início de fevereiro pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apontou que o serviço de TV por assinatura tem diminuído em quase todo o Brasil. Dados da Anatel apontaram que as operadoras tiveram 549.833 assinantes a menos entre janeiro e dezembro de 2018 do que no mesmo período de 2017 - queda de 3% em um ano.

No total, o País fechou o ano passado com 17.574.822 assinantes de TV fechada. Em 2017, eram 18.124.655 clientes. Na contramão da tendência, o Ceará registrou crescimento de 3,6% neste período, com 14.243 novos assinantes - quarto melhor desempenho do Brasil.

No caminho inverso da TV, os contratos ativos no serviço de banda larga fixa tiveram aumento de 2,14 milhões de assinaturas, correspondente a incremento de 7,41% em relação ao ano anterior. O Brasil fechou o ano passado com 31,05 milhões de clientes no serviço. Os dados também são da Anatel.

Recentemente, a Demanda, empresa brasileira de pesquisas de mercado, realizou estudo que constatou o crescimento do consumo de TV via streaming. No Brasil, 37% do tempo de utilização de TV dos entrevistados é nesse formato, ficando acima da média mundial, que é de 29%.

Para Chateaubriand Arrais, especialista em marketing, a consolidação da própria internet como forma de comunicação nos últimos anos abriu portas para que, com o passar dos anos, este nicho tenha quantidade cada vez maior de produtos desenvolvidos.

"É um caminho sem volta mesmo. A internet já se fixou perante as mídias tradicionais. Falando das transmissões, a grande vantagem é ter um alcance gigantesco nas mais diversas esferas da sociedade e em diferentes locais do mundo. É uma mudança que acontece com o tempo, natural. Há três anos, dificilmente veríamos transmissão ao vivo pela internet. Hoje, é muito frequente. O público tem ficado cada vez mais acostumado".

Cientes da dificuldade em competir com o streaming, as operadoras têm a missão de se reinventar. "Essa mudança de comportamento do consumidor é uma tendência que veio pra ficar. A internet dá muita flexibilidade e é difícil competir com isso. A televisão e suas operadoras têm que encontrar um modelo de negócio melhor, que possa fidelizar o cliente para se sustentar. Quem não fizer isso, não vai permanecer", analisa o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Emanuel Bezerra, doutor em Telecomunicações pela Universitat Politècnica de Catalunya (Espanha).

 

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