O governo federal planeja conceder ainda neste ano à iniciativa privada pelo menos 20 unidades de conservação. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse ao jornal Estado que Jericoacoara (CE), Lençóis Maranhenses (MA), Chapada dos Guimarães (MT) e Aparados da Serra (RS) estão entre as prioridades que serão ofertadas para administração de empresas privadas interessadas em explorar as regiões, com oferta de serviços e turismo. Juntas, essas unidades recebem cerca de 450 mil turistas por ano.
A previsão é que os parques entrem no pacote de concessão até o fim deste ano. Atualmente, os equipamentos são controlados pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).
"A gente tem de dar uma destinação econômica para as unidades de conservação, para diminuir a dependência do orçamento público. Senão, essas áreas não terão saída", disse o ministro ao Estado. "Você pode fazer o discurso mais bonito do mundo sobre o meio ambiente, mas, se não dermos uma mais-valia econômica para as unidades de conservação, estaremos sempre a reboque do orçamento federal", acrescentou.
Em junho de 2018, ainda no governo de Michel Temer (MDB), o ICMBio anunciou que faria licitação para a concessão de 11 unidades de conservação ambiental, entre elas o Parque Nacional de Jericoacoara. Desde então, há polêmica em torno do assunto. No caso de Jericoacoara, moradores chegaram a fazer abaixo-assinado pedindo a suspensão do projeto.
Em outubro do mesmo ano, conforme publicado pelo O POVO, o IMCBio informou que o edital estava temporariamente suspenso, sem informar os motivos. A decisão ocorreu em meio a impasse com a Prefeitura de Jijoca de Jericoacoara, que discorda da proposta e sinalizou que acionaria a Justiça contra a medida. (Com informações do Estado)