Justo quando a Cidade se prepara para o mês de férias, é surpreendida com uma notícia desalentadora: o Centro Cultural Banco do Nordeste, um dos principais espaços de difusão das artes produzidas na Região e braço importante na formação de plateias, anuncia o cancelamento de grande parte das programações marcadas para os meses de julho e agosto. Aproximadamente 70% da agenda, estima uma fonte interna do banco ouvida pela reportagem do Vida&Arte.
A medida atinge não só a unidade de Fortaleza, mas também as existentes no Cariri cearense (em Juazeiro do Norte) e em Sousa (PB). Pessoas que já tinham compromissos marcados nos três equipamentos foram comunicadas por telefone que suas apresentações não aconteceriam mais. E sem mais informações ficaram.
O banco sustenta, em nota enviada ao O POVO, que "está reestruturando seu modelo de atuação" e nega o possível fechamento dos CCBNB, mas esse fantasma assombra de forma real quem tem acompanhado o desmonte que atinge a cultura em todo o País. Cá pra nós, chega a ser incoerente que uma instituição que fomenta o desenvolvimento regional desconsidere a cultura como potente gerador desse desenvolvimento.
O temido fechamento de um centro cultural como o CCBNB, que em seus 21 anos de atuação se consolidou entre artistas e público como palco diverso e democrático, é muito sintomático. Indica uma doença que vem matando, aos poucos, outros espaços e ações dedicados à cultura, e que precisa ser diagnosticada com o mesmo cuidado com que se trata o fechamento de uma escola, de um posto de saúde, de uma delegacia de polícia. Cultura é ferramenta essencial na formação da cidadania. E remédio para muitos males que insistem em ser propagados por aí. Pensemos.