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Moro cita ajuda ao Ceará como exemplo de que Bolsonaro não discrimina Nordeste
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Moro cita ajuda ao Ceará como exemplo de que Bolsonaro não discrimina Nordeste

|"Paraíba"| Ministro da Justiça disse que presidente enviou ajuda para Estado governado pelo PT. Bolsonaro negou ontem que tenha ofendido nordestinos
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Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro citou ontem o envio de tropas ao Ceará no início do ano como exemplo de que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não discrimina o Nordeste. Na última sexta-feira, microfones de uma rede de TV captaram fala do pesselista referindo-se aos nordestinos como "paraíbas", expressão pejorativa.

"Em janeiro, na crise de segurança do Ceará", escreveu Moro no Twitter nesse sábado, "o presidente Jair Bolsonaro não hesitou em autorizar o envio da Força nacional (...) e em disponibilizar vagas em presídios federais para as lideranças criminosas".

O ministro acrescentou: "Resultado, em conjunto com o Governo Estadual, mesmo sendo o governador do PT, a crise foi controlada em semanas". Embora reconheça que a ação conjunta não tenha sido "nada mais que a obrigação (do presidente)", Moro diz que o caso "ilustra que o Nordeste tem sido tratado sem preconceito pelo Governo Federal".

Ainda ontem, Bolsonaro negou que tenha usado o termo preconceituoso para se referir aos moradores da região, onde ficou atrás do adversário Fernando Haddad (PT) durante as eleições. "A maldade está no coração de vocês. Eu tenho tanta crítica ao Nordeste que eu casei com uma filha de cearense", disse a jornalistas na saída do Palácio da Alvorada.

O chefe do Executivo então criticou os governadores do Nordeste. "Eles são unidos. Eles têm uma ideologia, perderam as eleições e tentam o tempo todo através da desinformação manipular eleitores nordestinos", atacou.

Na sexta-feira, os gestores de executivos estaduais da região assinaram carta repudiando a frase do presidente durante café da manhã com jornalistas. O documento registro "espanto" e "indignação" dos governadores. "Independentemente de normais diferenças políticas", defendem na carta, "o princípio federativo exige que os governos mantenham diálogo e convergências, a fim de que metas administrativas sejam concretizadas visando sempre melhorar a vida da população".

Alvo direto da crítica de Bolsonaro, Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, voltou a rebatê-lo ontem. "O presidente da República reiterou agressões pessoais contra mim e o governador da Paraíba, tentando dissimular grave preconceito regional", disse nas redes sociais. "Seria mais digno ter se desculpado. Mas o ódio impede um gesto de respeito e grandeza. Lamento muito."

Em vídeo compartilhado nas redes, a cantora Alcione manifestou-se sobre a fala do presidente. "O senhor tem medo de facada, tem medo de tiro, mas o senhor precisa ter medo do pensamento", afirmou a artista maranhense. "O pensamento é uma força. Pense em mais de 30 milhões de nordestinos pensando contra o senhor? Comece a nos respeitar. Respeite o povo brasileiro."

Confira o vídeo de Alcione:

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