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As plantas certas para cultivar em qualquer tipo de espaço
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As plantas certas para cultivar em qualquer tipo de espaço

|Segundo semestre | O tipo de vegetal, a adubação e a quantidade de água precisam ser observados com atenção no período de forte incidência de ventos e chuvas escassas
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A empresária Isabela Chaves, 38, que cultiva jardim em casa (Foto:  Deísa Garcêz/Especial para O Povo)
Foto: Deísa Garcêz/Especial para O Povo A empresária Isabela Chaves, 38, que cultiva jardim em casa

Colher tomates-cereja, manjericão e sentir o perfume da alfavaca, girassóis, rosas e alecrins não precisam ser exclusividades de quem mora em casas com grandes quintais. Para espaços restritos, dentro de casa ou num pequeno terraço, usando a criatividade e o conhecimento repassado por fitotecnistas, por exemplo, é possível iniciar o plantio de um jardim, mesmo em períodos de chuvas escassas e ventos fortes como vemos no segundo semestre em Fortaleza. A questão é saber escolher o tipo de planta e observar os cuidados necessários no dia a dia.

"Para apartamentos, é preciso escolher plantas que não tenham tanta necessidade de sol e com raízes não muito profundas. Um exemplo são os cactos, que são plantas nativas e que podem passar até uma semana sem irrigação", observa Antônio Carlos Nogueira Sobrinho. Professor de biotecnologia do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Sobrinho complementa afirmando que hortaliças, como o manjericão e a hortelã, também não têm raízes muito profundas e se desenvolvem bem e rapidamente em vasos. Para ambientes menores, o ideal são plantas de sombra.

O botânico Bruno Edson, professor do curso de Ciências Biológicas da Uece, avisa que tanto adubos químicos, comprados em casas de jardinagem como os preparados em casa, usando casca de ovo para aumentar o cálcio e restos de comida triturados, são fundamentais para o sucesso de um jardim. "Outra dica importante é não deixar a planta em (um mesmo) jarro por muito tempo. Trocar o adubo traz de volta os nutrientes", avisa Edson.

Resistentes a ventos e que precisam de pouca água

O POVO visitou a casa da empresária Isabela Chaves para registrar algumas plantas adequadas para serem cultivadas durante o segundo semestre do ano, conforme as peculiaridades do clima nesta época. Veja algumas:

FORTALEZA, CE, BRASIL. 16-08-2019: Plantas em casas e apartamentos. (Fotos: Deísa Garcêz/Especial para O Povo)
FORTALEZA, CE, BRASIL. 16-08-2019: Plantas em casas e apartamentos. (Fotos: Deísa Garcêz/Especial para O Povo)

Capim santo

Também conhecido como capim-limão, a planta é resistente e se adapta ao calor. Necessita de pouca água e se desenvolve em tempo quente, acima de 30 graus.

FORTALEZA, CE, BRASIL. 16-08-2019: Plantas em casas e apartamentos. (Fotos: Deísa Garcêz/Especial para O Povo)
FORTALEZA, CE, BRASIL. 16-08-2019: Plantas em casas e apartamentos. (Fotos: Deísa Garcêz/Especial para O Povo)

Clúsia

Além de ser resistente, a clúsia se adapta com facilidade e é ótima para o plantio em locais com muito vento. Gosta de solo úmido, mas não encharcado, com boas doses de matéria orgânica.

FORTALEZA, CE, BRASIL. 16-08-2019: Plantas em casas e apartamentos. (Fotos: Deísa Garcêz/Especial para O Povo)
FORTALEZA, CE, BRASIL. 16-08-2019: Plantas em casas e apartamentos. (Fotos: Deísa Garcêz/Especial para O Povo)

Flamboyant

Pode ser cultivada em terreno seco ou úmido. O melhor é que a terra seja bem porosa e com boa drenagem. Para favorecer o crescimento é bom colocar adubo no fundo da cova onde a muda será plantada.

Alfavaca

A planta desenvolve-se dentro ou fora de casa. Basta regar uma vez ao dia. Serve para ajudar no tratamento de aftas, bronquite, doenças das vias respiratórias, espasmos, gases, gripe e resfriados. 

Fitotecnia

O fitotecnista detém conhecimentos que vão desde a produção de sementes, passando por semeadura, espaçamento de plantio, tratos culturais, irrigação, adubação, colheita e até mesmo pós-colheita e armazenamento.

Dicas de cuidados

1 Vasos ou cantoneiras devem ter, no mínimo, 15 centímetros de altura e furos no fundo, para que o excesso de água escoe. Não deixe o vaso no chão. Coloque sempre uma base com pezinho para evitar que o acúmulo de água no vaso leve ao apodrecimento das raízes das plantas.

2 A horta vertical é uma possibilidade para quem tem pouco espaço. Coloque a estrutura em uma parede próxima a uma janela onde o sol bate. É possível plantar mais de uma erva no mesmo vaso: a alfavaca, por exemplo, pode ficar com o alecrim ou com o manjericão. Já a erva-cidreira precisa de um espaço maior para crescer, então é melhor deixá-la sozinha.

3 Faça a preparação do solo. A terra deve ter conter 1/3 de areia, 1/3 de argila e 1/3 de composto (adubo, como o húmus de minhoca). Forre o vaso com uma camada de areia grossa cascalho ou pedrinhas para garantir a drenagem da água, antes de colocar a terra.

4 Para evitar a perda de nutrientes, cubra o solo com restos de palha ou cascas de cereais.

5 As sementes exigem mais técnica de plantio. Por isso, prefira as mudas. Lembre-se de fincar uma estaca para auxiliar o crescimento vertical da planta - aproveite para identificá-la.

6 Temperos e plantas medicinais, como hortelã, salsa, cebolinha, coentro e erva-cidreira, costumam ser de pequeno porte e, por isso, são ideais para serem cultivados em pequenos espaços.

7 Regue conforme a necessidade de cada espécie. O ideal é uma vez por dia, de preferência pela manhã. Mais do que duas regas por dia podem levar ao apodrecimento da raiz. A água deve ser limpa e, de preferência, sem cloro.

8 Para saber se é preciso regar a horta, faça o seguinte teste: afunde o dedo na terra. Se ele sair sujo, significa que ela ainda está úmida. Portanto, não é necessário regar mais. Fique atento, também, à aparência da planta. Se ela estiver murchinha, é sinal de que precisa de água.

Fonte: Antônio Carlos Nogueira Sobrinho e Bruno Edson, professores do curso de Ciências Biológicas da Uece.

 

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