Pelo menos sete deputados têm os nomes cogitados com potenciais candidatos em 2020 (ver infográfico na página 17), uns mais chances e outras com menos. Heitor Férrer (SD), por exemplo, se lançará ao Paço Municipal pela quarta vez em Fortaleza. O médico adiantou diz já ter o "amém" do presidente estadual do Solidariedade, deputado federal Genecias Noronha. O Psol também pretende ir buscar na Assembleia seu nome para disputar, no caso, Renato Roseno.
Férrer afirma que desde que está na Assembleia, o pedido dos presidentes é de que as discussões não sejam municipalizadas. Segundo ele, as disputas se dão no plenário porque se reverbera nos municípios. "Sai nota nos jornais pequenos, paroquiais, sai nas mídias sociais, isso tudo para interferir nas eleições municipais", admite o parlamentar.
Segundo ele, o deputado que, com o apoio, elege um prefeito, já tem terreno pavimentado para a própria reeleição em 2022. "Por isso o acirramento. É quando a base briga, mas sem deixar de confluir no apoio ao Governo." Roseno entende que já há "densa preparação, sobretudo nos municípios do Interior."
Para o psolista, a definição do candidato do grupo de RC será, "talvez, a mais impactante." Na linha dos outros deputados, acredita que os embates terão mais tensão, embora imagine distante do que já se viveu. Para ele, nesta perspectiva, o fator mais agravante será a crise econômica. "Vai ser a eleição mais nacionalizada dos últimos anos, entre as municipais," previu.
Do bloco governista citado por Renato Roseno, dentro da Assembleia, desponta com mais destaque o nome de José Sarto. Questionado se se licenciaria em caso de ser convidado à sucessão de RC, o presidente da Assembleia respondeu: "não falo por hipótese." E se sai em tom de brincadeira: "se eu ganhasse na Mega-Sena, não gosto nem de pensar o que faria." O deputado Queiroz Filho (PDT), também especulado, é próximo de Roberto Cláudio e foi o segundo deputado mais votado no Ceará.
Sob condição de falar apenas se o gravador estivesse desligado, André Fernandes (PSL) afirmou ao O POVO que "só saio candidato se Bolsonaro pedir, é como uma missão." Recentemente, ele esteve reunido com o presidente. O deputado também prevê elevação das discussões, o que interpreta como um sinal de democracia na Assembleia, "diferente do que é hoje".