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Razões do desencanto e o pouco apreço à democracia
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Razões do desencanto e o pouco apreço à democracia

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O cientista político e professor universitário, Cleyton Monte, aponta que uma compreensão acerca da baixa presença das pessoas nas unidades de serviço eleitoral se constrói com "um pouco de tudo." Assim como Haroldo Máximo, presidente do Tribunal Regional Eleitoral, elege como primeiro responsável o comportamento do brasileiro, especificamente do fortalezense. Segundo o estudioso, a morosidade se intensifica sobretudo quando se trata de "algo obrigatório."

Depois, de natureza mais recente, aparece a crise envolvendo a representação política."Se você conversar com as pessoas, e eu converso, o argumento é praticamente o temor de perder em outras áreas. Poucos casos você observa algum tipo de apreço pelo jogo democrático."

No primeiro turno de 2016, 17,04% dos eleitores da Capital, o equivalente a 288.362 pessoas se abstiveram da votação. Se somadas abstenções - quem decidiu não votar - com nulos e brancos - quem decidiu votar, mas não escolher candidato -, se obtém total de 406.147. O número é maior do que o resultado obtido pelo então candidato e de novo pré-candidato Capitão Wagner, que foi ao segundo turno com 400.802 votos.

Monte interpreta existir ainda, na visão do eleitor, distância considerável do dia 4 de outubro de 2020. "O cidadão médio não está ligado, buscando informações sobre as eleições. Ele só vai se ligar a partir de abril, maio." Segundo o docente, a cobertura maior da imprensa, por exemplo, colocará o sufragista diante do dilema. "Vou ter de votar. Vou votar em quem?"

Por último, Monte ressalta o aspecto geográfico que, segundo diz, registrou mudança no decorrer dos últimos 10 anos. "Houve um movimento reverso de muita gente indo para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), mas ainda votando em Fortaleza." (Carlos Holanda)

 

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