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O swing forrozeiro que conquistou o Rock in Rio
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O swing forrozeiro que conquistou o Rock in Rio

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O músico americano Jack Black com Júnior Groovador no camarim do Rock in Rio (Foto: reprodução/instagram)
Foto: reprodução/instagram O músico americano Jack Black com Júnior Groovador no camarim do Rock in Rio

Nascido José Edilson Firmino Silva Júnior, o baixista Júnior Bass Groovador espalha sua irreverência e bom humor por onde passa. Não à toa, depois de conquistar inúmeros fãs na internet, despertou a atenção de músicos como Jack Black, vocalista da banda Tenacious D, e foi convidado pelo artista a dividir o palco com ele no Rock in Rio 2019. Na Cidade do Rock, onde ganhou até camarim, foi ovacionado pelo público ao tocar sua versão em ritmo de forró de Smells like teen spirit, do Nirvana. E ainda foi tietado por Dave Grohl, líder do Foo Fighters. Agora, o pai de Sofia Lívia, que trabalha como vigilante em Natal (RN) para sustentar a família, encara um show atrás do outro pelo País e sonha em viver da música.

O POVO - Quando você começou a se envolver com a música?

Júnior Groovador - Eu comecei tocando na igreja católica em 2000. Tocava violão, guitarra e parti para o baixo quando comecei a ouvir outros estilos musicais, e me apaixonei também pelo forró, porque é um instrumento que se destaca bem no forró.

OP - E como você se tornou Júnior Bass Groovador?

JG - Surgiu de eu falar tanto em groove, "vamos groovar". Eu cumprimentava a galera com "e aí grooveiro, e aí grooveira?". Aí, uma galera que já gostava do meu trabalho, começou a me chamar de Júnior Groovador.

OP - Qual seu diferencial como baixista?

JG - Acredito que seja minha irreverência de dançar e tocar ao mesmo tempo! (risos)

OP - E como surgiu a ideia de tocar clássicos do rock no ritmo do forró?

JG - Eu já tinha visto essa ideia em canais do YouTube, eu apenas abracei musicalmente e dei uma identidade mais dançante. Rock e forró rendem uma boa dança.

OP - E depois de toda essa repercussão no Rock in Rio, como está sendo a sua rotina?

JG - Já apareceram muitos shows para eu fazer. Vou para o Espírito Santo, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Natal também. Mas eu vou fazer um show sábado em Fortaleza (o show aconteceu ontem, 5, em um bar da Cidade), porque tenho uma história de superação com a Cidade.

OP - O que aconteceu em Fortaleza que te marcou tanto?

JG - Em Fortaleza eu passei por um dos momentos mais difíceis da minha vida, estive em uma situação de passar fome, precisei mentir para a minha família dizendo que eu estava bem por causa de um empresário que me enganou. Voltei para Natal derrotado, mas com a esperança de retornar à Fortaleza sabendo que existem pessoas que gostam de mim, do meu trabalho, que podiam me contratar.

OP - Como foi a sua relação com o Jack Black?

JG - O Jack disse que ficou muito feliz com a batida do forró. Achei muito interessante que quando a gente foi fazer a passagem de som o baterista já aprendeu a versão. Eu acredito que botei o forró para os americanos dançarem.

OP - Qual o seu maior sonho?

JG - Melhorar minha situação, poder viver de música e dar uma vida melhor para a minha família. Quero ter uma casa própria.

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