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"Não há registro de metrô que opere sem subsídio", diz especialista
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"Não há registro de metrô que opere sem subsídio", diz especialista

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Bruno Bertoncini, professor de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), entende que sistemas metroviários são caros e que, por isso, e porque não podem exercer tarifas muito altas, não conseguem se sustentar sozinhos financeiramente.

"Não é como um avião. Tem que praticar tarifas condizentes com a realidade local, social. No mundo todo, não há registro de metrô que opere sem a existência de algum subsídio. Todo sistema metroviário que a gente vê, por mais que exista alguma empresa privada fazendo a gestão, há uma presença forte de estado", analisou o professor.

Para o especialista, pensar em gestão é pensar, principalmente, em como a rede metroviária está projetada, se está atendendo aos principais movimentos populacionais, se o sistema está bem integrado as outros sistemas de transporte da cidade e se está, de fato, transportando um volume grande de pessoas diariamente.

Em Fortaleza, "nas linhas em operação, não se observa um padrão de adensamento que justifica essa possibilidade de renovação (de usuários do sistema). A gente tem trechos da Linha Sul, por exemplo, que passa por regiões em que não há elementos de atração de viagem suficientes no entorno. Isso acaba se tornando um ponto de alerta", observa.

Outro fator preponderante para o melhor funcionamento do sistema metroviário fortalezense é, de acordo com Bertoncini, o integrar de forma física e tarifária ao sistema de ônibus. "Não podemos entender que são sistemas concorrentes. Se bem pensados e desenhados, todo mundo vai ganhar. Você consegue ter um sistema de ônibus alimentando um sistema de alta capacidade, e vai ter um sistema metroviário realmente operando na sua capacidade." (Luana Severo)

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