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Em louvor de Seleiro
DOM

Em louvor de Seleiro

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Espedito Seleiro juntou a tradição coureira dos Inhamuns com a explosão criativa do Cariri.

Filho e neto de seleiros e vaqueiros, domina o ciclo, da retirada do couro, passando pelos curtumes, até os cortes, trançados e pespontos. A atualização do ofício tornou-se sua marca registrada.

Lúcido, não podia abrir mão do saber ancestral. Sábio, lutava para afirmar sua ousadia.

Depois de enfrentar o Crato, e de pesquisar para obter couros com cores, e fazer sapatos além do previsível, começou a desenvolver uma delicada artesania.

Fixou-se em Nova Olinda, com sua "Artencouro", com logomarca criada pelo filho Maninho.

A repercussão da experiência da Casa Grande seria importante para ele.

Mas foi Violeta Arraes quem levou Regina Casé, Guel Arraes e outras "celebridades" para a oficina / escola do Mestre. Estavam abertas as portas do mundo.

Optou pelo autoral. Imprimiu suas iniciais em cadeiras sertanejas, e em uma linha de sandálias, mochilas, bolsas, que se renova sempre, e nos encanta.

Teimoso, ficou em Nova Olinda, onde é visitado, cria, vende, e vive em paz. Sempre soube onde queria chegar. Foi Mestre da Cultura não diplomado, por ser "rico", mas recuperou a láurea, mais que justa.

Passou pela São Paulo Fashion Week, expôs em Londres, e no Mauc. Mantém o atrevimento dos jovens e a energia dos grandes criadores. Consegue nos surpreender com suas invenções, que mostram um diálogo com seu público, e com as tendências da moda e do "design".

Grande Espedito, Mestre Seleiro!

Gilmar de Carvalho é professor e pesquisador

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