Narcélio Grud, artista visual e idealizador do Festival Concreto, entende que a chancela de "Cidade Criativa" em Design coloca os artistas, designers e artesãos de Fortaleza, o que ele chama de "criativos mesmo", na rota internacional de compartilhamento de experiências. "A indústria criativa é muito formalizada, muito envolta a instituições. Sinto que os 'criativos mesmo' ficam em segundo plano. Eu, enquanto artista, ainda me sinto pouco contemplado, mas acredito que, a partir de agora, vai se abrir um diálogo, uma coisa mais forte", projeta.
De forma prática, Grud acredita que Fortaleza deve, nos próximos meses, se estruturar em rede e começar a fomentar encontros, exposições, produções, venda e formações. Uma questão pontuada pelo artista é que ainda não há um envolvimento efetivo dos designers, artistas e artesãos locais na construção e reforma de praças públicas. "Pegam o que já tem (de mobiliário urbano) pronto no mercado, em vez de a gente produzir."
Grud e a equipe do Festival Concreto participaram da construção do dossiê que deu a Fortaleza o título de Cidade Criativa da Unesco. "Nosso material somou pra mostrar o que acontece", celebrou o artista, que também comemora a sexta edição do festival, encerrado ontem, 9. "O que valida esse título é a nossa cultura, a nossa força criativa." (Luana Severo)