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Ecoalfabetização para ler o meio ambiente
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Ecoalfabetização para ler o meio ambiente

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Ambientalista Magda Maya lança, em dezembro, em Fortaleza, o livro
Foto: Divulgação Ambientalista Magda Maya lança, em dezembro, em Fortaleza, o livro "Sustentabilidade 4.0"

As tragédias ambientais que marcaram o ano de 2019, como o rompimento na barragem de Brumadinho (MG), incêndios na Amazônia e o vazamento de óleo no litoral do Nordeste, colocaram ainda mais em pauta discussões sobre sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Para a ambientalista Magda Maya, os temas já fazem parte de sua vida há mais de 15 anos.

A escritora, doutora em desenvolvimento e meio ambiente e greenfluencer, com 10,5 mil seguidores no Instagram, atua em cursos e palestras de capacitação em educação ambiental e ecoalfabetização, como esteve na Virada Sustentável de Fortaleza que se encerra hoje. Magda também é diretora da Geoanalysis, que presta consultoria ambiental a empresas do Ceará desde 2015. Em dezembro, a ambientalista lançará em Fortaleza o livro Sustentabilidade 4.0 e conversou com O POVO sobre seu trabalho.

O POVO - Como surgiu a ideia para o seu livro?

Magda Maya - Na minha trajetória trabalhei em instituições de terceiro setor, em instituições públicas e também na iniciativa privada. Em todos os locais por onde passei, percebi que a questão ambiental gera interesse, mas está bem longe de ser aplicada. Quando falamos de meio ambiente e de sustentabilidade, estamos falando sobre a vida. Comecei a perceber que as pessoas se desconectaram da vida e entendi que somente a partir de uma revolução do processo de percepção do mundo, poderia se realizar uma mudança de paradigmas. Isso acabou culminando com o livro Sustentabilidade 4.0, onde comento sobre uma mudança de mentalidade.

OP - O que é Sustentabilidade 4.0?

Magda - Eu traço uma trajetória desde a primeira Revolução Industrial até a quarta e mostro como a sustentabilidade também foi se modelando e como as reivindicações ambientais e sociais foram crescendo junto com os desafios ambientais. Por isso chamo de sustentabilidade 4.0. É também um convite à criação de uma nova mentalidade para que a gente possa ter um desenvolvimento efetivamente sustentável que não seja só um discurso vazio.

OP - Você se identifica como uma greenfluencer. O que isso quer dizer?

Magda - Greenfluencers são grupos de pessoas que começam a usar as redes sociais para divulgar a temática ambiental e sensibilizar as pessoas. Seja através do seu próprio trabalho, inspirando uma nova forma de atuação dos profissionais da área ambiental, seja através da utilização de memes, que são a linguagem universal hoje. Trabalho 24 horas por dia levando essa mensagem através das minhas redes. É nelas que estão os jovens, que são um público que me aceita muito bem e com o qual eu gosto muito de me comunicar. São eles que vão fazer a revolução ambiental no mundo.

OP - E do que trata a Ecoalfabetização?

Magda - É um termo proposto pelo teórico austríaco Fritjof Capra que expressa a necessidade de aprender a conviver de forma harmoniosa com o planeta. Normalmente, nas minhas palestras, pergunto quem dos adultos teve alguma orientação de educação ambiental na escola. Em geral, são raríssimas as pessoas que tiveram. Nós nunca colocamos, até hoje, a nossa convivência harmoniosa do planeta como foco do nosso processo de educação. A ecoalfabetização tem a proposta de nos fazer aprender a ler o meio ambiente, o sistemismo que existe na natureza para aprendermos a conviver e a não causar os problemas que nós mesmos estamos causando ultimamente. Ela é para crianças e adultos.

OP - Já existem escolas aplicando no Ceará?

Magda - A Secretaria de Educação de Russas contratou uma formação para toda a sua rede municipal de ensino dentro de uma ótica de educação ambiental e nessa formação nós trabalhamos a ecoalfabetização.

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