Logo em 3 de janeiro, dois dias depois da posse, Jair Bolsonaro se queixou da ausência dos governadores do Nordeste na cerimônia. "Espero que não venham pedir dinheiro para mim, que eu não sou o presidente deles", disse na época. "O presidente deles está em Curitiba", continuou, referindo-se ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então preso na carceragem da PF na capital paranaense
Ainda no primeiro semestre, episódio envolvendo o Governo Federal e o Governo do Ceará causou desgaste. No centro da celeuma, estava a implementação do Programa Nacional de Enfrentamento à Criminalidade Violenta, que seria replicado em algumas cidades do País. Entre elas estava Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza. O município, no entanto, acabaria ficando de fora. A saída alimentou uma série de versões tanto do Estado quanto
Em julho, durante café da manhã com jornalistas, Bolsonaro deixou escapar que, "daqueles governadores 'de paraíba', o pior é o do Maranhão", Flávio Dino (PCdoB). Segundo o presidente, que falava ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), "tem que ter nada com esse cara". Em seguida, o presidente desconversou, afirmando que não usava o termo de forma pejorativa, mas apenas para identificar os governadores da Paraíba e do Maranhão
Em agosto, durante visita à Bahia, Bolsonaro disse que os gestores da região querem transformar o Nordeste numa Cuba. Também chamou governadores de "esquerdalha canalha". A resposta veio depois de série de críticas de chefes de Executivo nordestinos, incomodados com declarações preconceituosas do presidente, que havia se referido aos políticos como "paraíbas"
Inicialmente, apenas o Ceará demonstrou interesse em participar do programa de escolas cívico-militares, do Ministério da Educação (MEC). Os demais estados da região não confirmaram participação. Ao final do processo, no entanto, cidades de sete dos 9 estados devem receber equipamentos
Em outubro passado, Bolsonaro chamou o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, de "espertalhão" por tentar associar o derramamento de óleo ao Governo Federal. Em resposta, Câmara disse que "o presidente precisa parar de picuinha e governar também para o Nordeste". O governador acrescentou: "Ele já atacou o Flávio Dino, governador do Maranhão, o Rui Costa, governador da Bahia, e o governador da Paraíba, João Azevedo"
Óleo no litoral do Nordeste começou a aparecer ainda em setembro. Quase um mês depois, governo federal ainda não havia acionado protocolos de emergência. Demora foi criticada por governadores e entidades da sociedade civil, que viram retaliação no ato. Até agora, presidente Jair Bolsonaro ainda não visitou região atingida