Representante dos policiais militares na mesa de negociação, o coronel reformado e advogado Walmir Medeiros criticou o governador Camilo Santana (PT) por se recusar a discutir o fim da paralisação dos PMs com o ex-deputado federal Cabo Sabino.
"O governador foi conversar com Lula, que é preso com sentença transitada em julgado, e aí diz que não aceita conversar com quem só tem um mandado de prisão? Um condenado pode conversar e um trabalhador, não?", questionou Medeiros. A declaração foi dada na Assembleia Legislativa.
Medeiros, que integra a comissão formada para encontrar uma solução para o impasse na segurança, considera a apresentação da PEC como fora de hoje. "Uma PEC dessa é totalmente extemporânea. Não era a hora, é fora de hora", avaliou. "O Estado Democrático tem que discutir. Tem que ser feito um marco regulatório. De repente, criminalizar e tratar como motim?."
Para o interlocutor dos PMs, a eventual aprovação da proposta "encerra qualquer possibilidade" de continuidade de diálogo entre PMs e membros do Governo do Estado. "Isso não é democrático, não é assim que se negocia. Na Colômbia, o governo só resolveu quando sentou com as Farc, com guerrilheiro. Tem que ter diálogo", acrescentou.
Em reunião no 18º Batalhão da PM, os soldados decidiram incluir Sabino entre os participantes da comissão dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O Ministério Público do Estado e a Procuradoria Geral do Estado rejeitam sentar-se à mesa com o ex-deputado federal. Sabino lidera o movimento de policiais, que cruzaram os braços na terça da semana passada. Na última quinta-feira, eles rechaçaram contraproposta do Governo sob o argumento de que não atendia aos dois principais pontos da pauta dos militares: anistia e reajuste salarial
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