"Esse também é meu lema. Método, ordem, e as pequenas células cinzentas. - As células? - disse o inspetor, espantado - As pequenas células do cérebro - explicou o detetive belga". O diálogo entre Hercule Poirot e um inspetor policial em O Assassinato de Roger Ackroyd é uma das 41 histórias da escritora que trazem em seu enredo o famoso detetive. Além disso, o quarto romance publicado por Agatha Christie é um dos que melhor detalham o método investigativo utilizado por Poirot.
Poirot está passando férias na pacata vila de King's Abbott, na Inglaterra, quando se vê diante da proposta de solucionar um crime que envolve um suicídio e dois assassinatos. Na trama, ele deixa escapar algumas pistas sobre seus métodos de investigação. Após estipular o momento de morte da vítima e o raio de ação do assassino, Poirot se dedica a anotar todas as pessoas que estiveram ou poderiam ter acesso ao morto e as interroga. A partir disso, observa atento os detalhes da cena do crime e que, aparentemente, não têm qualquer ligação com o assassinato. Logo depois, deixa que apenas as suas "células cinzentas" - isto é, o próprio raciocínio - analise todas as informações e produzam uma resposta para o problema.
Em cada um dos emaranhados casos que fora convidado a solucionar, os métodos investigativos de Hercule Poirot se mostraram cada vez mais baseados na lógica e refletem sua experiência na polícia Belga antes de se tornar detetive particular.