Eleita pela Forbes uma das mulheres mais poderosas do Brasil, a vice-presidente de Marketing da PepsiCo Brasil, Daniela Cachich, 46, não teve uma trajetória fácil no mercado de trabalho. "Enfrentei as barreiras que a maioria das mulheres enfrentou e enfrenta até hoje. Já fui questionada sobre não ter talento suficiente, já me disseram que eu nunca seria uma vice-Presidente de marketing, que eu não cresceria muito etc", relata.

Ela observa que a maternidade, muitas vezes, é considerada mais um fator de exclusão, manutenção de desigualdade ou um motivo para desqualificação. "Nunca acreditei no modelo de ter uma coisa ou outra. Sempre acreditei que seria possível me realizar profissionalmente e pessoalmente", afirma.

Daniela é descendente de sírios e croatas, nações que passaram por guerras. "Meus avós foram refugiados que chegaram no Brasil sem nada e sem falar uma palavra da língua portuguesa. Eles construíram tudo do zero, com muita determinação. Aprendi desde muito cedo a ser determinada e a não desistir facilmente dos meus objetivos profissionais", destaca.

Outro ponto, acrescenta, é que a valorização feminina é um diferencial competitivo no mundo corporativo. "Nós mulheres merecemos ser reconhecidas e não menosprezadas ou diminuídas no mercado de trabalho", frisa.

Para Daniela, as empresas só irão crescer de fato quando entenderem que uma maior representatividade da sociedade é também uma forma de elevar não só o nível de talento, mas também de resultados.

Questionada de como as mulheres devem enfrentar esses desafios, ela diz: "Não deixe que pessoas te puxem para baixo, te diminuam e tentem te colocar no lugar onde você sabe que não é o seu. Resiliência para enfrentar os preconceitos, força para encarar todos os obstáculos e determinação para alcançar seus objetivos", acrescenta.

Ele entrou na na PepsiCo há três anos como VP de Marketing, com a missão de contribuir para um marketing cada vez mais representativo na companhia. Está à frente de um portfólio de 22 marcas, com campanhas para públicos diversos, como mulheres e LGBTQI .