A gerente de suprimentos nacionais e internacionais da Cimento Apodi há mais de duas décadas, Dalila Valério, 44 anos, lidera uma equipe de 20 pessoas. São 15 homens e cinco mulheres, sendo duas com cargo de chefia (supervisoras). É também responsável pelos almoxarifados da empresa no Ceará, em Quixeré e no Pecém, em São Gonçalo do Amarante. Uma trajetória profissional que começou aos 14 anos, quando participou do extinto Programa Bom Menino, equivalente ao atual Jovem Aprendiz.

Aos 18 anos, foi contratada pela indústria de jeans na qual estagiava. Era o início de uma carreira de sucesso. Depois, passou pela Vicunha Têxtil, Companhia Metalic e Têxtil Bezerra de Menezes. "Em 2004, migrei para a área me tornei agente de carga".

Antes de assumir cargos de chefias em algumas experiências, Dalila já teve de lidar com a reprovação de gestores. "Sempre houve esse questionamento, melhorou, mas não deixou de existir. O comércio exterior é universo muito masculino. Antigamente, as mulheres que entravam iam para outras funções, mas não para cargos de liderança. Éramos as meninas de calça", diz.

No início da profissão, aos 22 anos, Dalila engravidou. A gestação foi um fôlego maior para ascender no trabalho. "As minhas funções triplicaram, mas sempre estive estudando, nunca parei. Não me canso", afirma.

Ela chegou na Apodi em 2013, contratada para um cargo de supervisão em comércio exterior e, após três meses, passou a ser coordenadora da área. Permaneceu na função até 2015, quando migrou para o setor comercial. Depois, foi convidada para a área de gestão de suprimentos nacionais e internacionais. Em 2018, foi promovida para o cargo atual.