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O discurso antifascismo que surgiu dos protestos
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O discurso antifascismo que surgiu dos protestos

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Na esteira dos protestos antirracistas eclodidos nos Estados Unidos, o último final de semana de maio no Brasil também foi de desassossego por dois eventos singulares que voltaram a lançar luz para termos como fascismo, nazismo e antifa.

No sábado, 30, em Brasília, o grupo autointitulado '300 do Brasil' marchou na capital federal com tochas, máscaras e palavras de ordem contra o Supremo Tribunal Federal. Menos de 30 participaram da caminhada, segundo o jornal O Globo, mas as semelhanças com a manifestações de supremacistas brancos, como em 2017 na cidade de Charlottesville, nos Estados Unidos, chamaram atenção de autoridades e redes sociais.

No dia seguinte, em São Paulo, uma frente de torcidas organizadas em prol da democracia e contra o racismo encontrou um grupo de manifestantes a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na avenida Paulista. Os dois blocos dividiram a avenida, em meio às hostilidades, até a Polícia Militar usar força para reprimir o grupo de torcedores identificados como antifa (abreviação de antifascista). Do outro lado, na marcha bolsonarista, foram identificados símbolos associados a movimentos neonazistas na Ucrânia. A PM afirmou que iria investigar o uso do símbolo.

Mas, afinal, o que é o nazismo? E o que é o fascismo? O fascismo é uma ideologia que prega um partido único e um Estado totalitário, contrário ao liberalismo econômico e ao comunismo. É embasado em sentimentos nacionalistas e ufanistas, como manifestado pelos fascistas entusiastas do irredentismo italiano (que defendia anexação à Itália de todas as regiões ligadas ao país por costumes e idioma ou laços semelhantes) e, no nazismo alemão, pela máxima Deutschland über alles: Alemanha acima de tudo.

O fascismo adota uma militarização da vida política e a presença da figura militar na vida pública, projetos de expansão imperial e enfrentamento de supostos inimigos, internos ou externos. Uma das frases mais famosas do líder fascista Benito Mussolini, um ex-combatente de guerra, era: "Muitos inimigos, muita honra".

A pesada máquina de propaganda fascista também é uma das características do movimento, que tende a formar redes de delação, apontar "inimigos" e publicizar uma ideologia oficial, comumente baseada em mentiras e terror. (Leonardo Igor e Ismia Kariny/Especiais para O Povo)

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