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Corinthians, a experiência histórica de um time de massa
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Corinthians, a experiência histórica de um time de massa

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Futebol e democracia se mesclam. No caso brasileiro, o exemplo mais claro dessa relação repousa no episódio conhecido como "Democracia Corintiana"; movimento liderado por jogadores do Sporting Club Corinthians Paulista na década de 1980, que tinha como uma das principais bandeiras a luta pelo fim da ditadura militar no Brasil. Sócrates, Casagrande, Zenon e vários atletas lideraram uma campanha revolucionária para restabelecer o direito ao voto para presidente no País, direito usurpado ainda na década de 1960.

Há entretanto, o importante fator de que aquele foi um movimento encabeçado por jogadores, diferentemente do que ocorre hoje com manifestações pela democracia encabeçadas por torcidas antifascistas de diferentes clubes brasileiros. A união que ocorre agora tem ares de ineditismo.

Durante transmissão ao vivo nas redes sociais realizada na última quinta-feira, 25, pela página do grupo "Esporte pela Democracia", ex-jogadores do Corinthians e jornalistas que viveram a realidade do movimento da década de 1980 comentaram o atual cenário brasileiro.

Walter Casagrande, ex-jogador e uma das lideranças corintianas, disse apoiar as antifas no Brasil e que elas o inspiraram. "Pensei em fazer uma união de atletas para se posicionar junto com quem estava lá fora brigando. Se unir e ir atrás das pautas. Porque as pessoas que participam tem a paixão pela democracia, pela justiça e pela igualdade, assim como nós", pontuou.

Casagrande referiu-se a grupos com discurso antidemocrático como "adversários agressivos, manipulados e fascistas que machucam a alma das pessoas". Segundo o ex-atleta, só há uma maneira de vencer esse jogo que, projeta, será longo. "Avançar e reagir, como as torcidas antifas estão fazendo, é o único modo".

O jornalista José Trajano, que recentemente assinou manifesto do grupo Esporte pela Democracia em defesa dos direitos humanos, liberdade de imprensa e valores democráticos considera que a "democracia corintiana é um exemplo". Para ele, é difícil que algo similar ocorra novamente "pela característica das pessoas envolvidas e pelo momento que o Brasil vivia", mas reconhece ser uma referência.

"Hoje temos muitas batalhas a enfrentar, contra o fascismo, o racismo, a homofobia, pela causa indígena. Não podemos abrir mão de uma luta em função da outra. As lutas tem que estar em conjunto. Estamos jogando com os portões fechados, porque não podemos ir às ruas (devido ao coronavírus), mas na hora que a gente puder, acredito que as coisas vão mudar", projetou. 

 

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