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Avanços e retrocessos da Aids no Ceará
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Avanços e retrocessos da Aids no Ceará

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Tipo Notícia
Vando Oliveira 
coordenador da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids (RNP CE)  (Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal Vando Oliveira coordenador da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids (RNP CE)

Desde o inicio da epidemia de Aids, em 1980, avanços foram registrado e o diagnóstico deixou de ser uma sentença de morte. Apesar de tantos desafios, muitas conquistas foram alcançadas, como a chegada dos antirretrovirais em 1996 - que fez com que as pessoas com HIV pudessem viver melhor -; a diminuição da transmissão vertical (de mãe soropositiva para o feto); a participação dos movimentos sociais; e a criação das redes de pessoas vivendo com HIV, em que muitos assumiram a sorologia para lutar por políticas públicas e assistência, para uma melhor qualidade de vida.

Nos últimos anos, no entanto, muitos retrocessos vêm ocorrendo com a política de Aids no Brasil. Desde o rebaixamento do programa de Aids do Ministério da Saúde, o fim dos programas em estados e municípios, até o fechamento de serviços especializados e atendimento na atenção básica - o que tem contribuído drasticamente para o abandono no tratamento.

No Ceará, nos últimos cinco anos, temos denunciado à gestão Estadual e aos municípios o  problema no hospital de referência, o Hospital São José, que atende pacientes de todo o Estado, e que, apesar do grande número de novos casos diagnosticados, as estruturas físicas do hospital e dos serviços municipais não suportam a quantidade de pessoas atendidas.

É preciso maior empenho dos governos na prevenção, diagnóstico e assistência a quem vive com HIV no nosso Estado. A descentralização do nosso hospital de referência se faz necessária e urgente, mas só será possível se os gestores nos seus municípios assumirem suas responsabilidades.

Ainda vivemos um preconceito muito forte que, mesmo após 40 anos de epidemia, ainda exige mais informação da sociedade. Cabe aos governantes promoverem mais campanhas de prevenção e informação. Porque, mesmo com significativos avanços, a Aids ainda existe e mata mais de 300 pessoas todos os anos no Ceará.

 

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