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Empresários reagem ao adiamento da volta de bares e barracas de praia
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Empresários reagem ao adiamento da volta de bares e barracas de praia

Para eles, decisão do Governo do Ceará pegou o setor de surpresa. Camilo Santana diz que entende reação, mas observa que proteção à vida é prioridade
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RetomadaFortaleza (Foto: luciana pimenta)
Foto: luciana pimenta RetomadaFortaleza

O anúncio do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), e do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), sobre o avanço para a terceira fase da volta gradativa das atividades econômicas, sem inclusão dos setores econômicos esperados, deixou empresários de bares, restaurantes e barracas de praia revoltados com a decisão.

O POVO conversou com representantes da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel), que faz parte do comitê estratégico para a reabertura da economia, e do Sindicato de Restaurantes, Bares, Barracas de Praia, Buffets e Similares do Estado do Ceará (Sindirest-CE). Todos são enfáticos em dizer que não foram informados previamente da decisão, tomada, segundo eles, de forma monocrática pelo Governo.

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Dorivam Rocha, presidente do Sindirest-CE, reclama da decisão. Ele diz que o setor está preparado para reabrir, seguindo todos os protocolos sanitários de segurança. "Essa decisão do Governo tira a credibilidade do setor junto aos clientes", reclama.

Os empresários acreditam que o exemplo da reabertura de bares no Rio de Janeiro na quinta-feira, 2, com aglomerações, assustou o Governo do Ceará. Dorivam, no entanto, pondera que a realidade dos estabelecimentos é diferente em Fortaleza. Até o momento, observa, a retomada dos restaurantes está sendo bem sucedida.

"O setor de restaurantes não teve nenhum caso de contaminação desde o início da pandemia. O governador está trabalhando de uma forma desorganizada juntos às empresas", critica.

"Surpresa desagradável"

O presidente da Abrasel-CE, Rodolphe Trindade, concorda. Afirma que o anúncio foi uma surpresa desagradável, pelo diálogo já construído com o Governo, e pela medida ter sido tomada sem consulta. Para ele, os empresários cearenses não podem pagar pela falta de fiscalização no Rio de Janeiro.

Ontem, O POVO flagrou algumas barracas de praia funcionando normalmente em Fortaleza. Segundo o presidente da Abrasel-CE, esses estabelecimentos não são associados.

"Muitos também são vendedores ambulantes. Tivemos, inclusive, esclarecimentos da Abrasel-RJ de que as aglomerações aconteceram na rua. Aqui, só 2% dos nosso associados conseguiram empréstimo bancário, que tem sido um milagre. É mais fácil fazer a multiplicação dos pães".

Ontem, por meio do Twitter, Camilo afirmou que é compreensível a reação de setor A ou B. "Cada um olha para seu negócio e luta pela sua área. Isso é legítimo. Nossa responsabilidade é olhar para todos e decidir. Sempre seguindo a Ciência e tendo a proteção à vida como prioridade absoluta".

 

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