Aclamado pré-candidato do Psol à Prefeitura de Fortaleza após reunião do diretório estadual do partido, na tarde de ontem, 18, o deputado estadual Renato Roseno (Psol) concorda com a avaliação feita pelo prefeito da Capital, Roberto Cláudio (PDT), sobre o eleitorado da Cidade ser progressista.
O socialista, porém, sugere que o grupo político do qual o pedetismo local é peça principal não é referência exata dessa linha. Se por um lado as "candidaturas do bolsonarismo" não têm condição de responder aos problemas da Cidade, ele diz, o "grupo hegemônico" de partidos que governa o Ceará e Fortaleza está vinculado às "classes proprietárias".
Liderança do setor produtivo cearense, o empresário Beto Studart, por exemplo, apoiou a reeleição de Camilo Santana (PT), governador do Ceará, ao Palácio da Abolição em 2018.
Como "grupo hegemônico", Roseno se refere às extensas alianças com as quais Camilo e RC governam o Estado e a Capital, respectivamente. Ambos pertencem ao grupo político dos irmãos Ciro e Cid Gomes. O PDT divulgou nessa sexta-feira, 17, lista de cinco pré-candidatos a prefeito de Fortaleza: Samuel Dias, José Sarto, Salmito Filho, Idilvan Alencar e Ferruccio Feitosa.
"Não temos a força da máquina, não temos apoio de nenhuma máquina partidária. Nossa força está na coerência, na independência e na capacidade de convocar pessoas para fazer outra política", defendeu ao ser questionado pelo O POVO sobre as possibilidades de a legenda avançar ao segundo turno.
Roseno disputou o posto de representante psolista com Helena Vieira, escritora, pesquisadora e participante da militância transfeminista da legenda. Dos 26 membros do diretório cearense, 18 votaram em favor do advogado, enquanto sete se abstiveram e uma ausência foi registrada.
"Ficamos muito felizes com o processo, os debates feitos dentro do partido com plenárias com filiados e filiadas e que culminou com a decisão agora do Diretório Estadual do Psol", afirmou o presidente do Psol, Ailton Lopes, pré-candidato à Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor).
Em tese, a tarefa do Psol é a de disputar a preferência de um eleitorado à esquerda que não guarda simpatia pela administração pedetista, que chega ao oitavo ano com Roberto Cláudio. É um campo também ocupado por Luizianne Lins (PT), deputada federal e ex-prefeita que vai para a quarta disputa ao Executivo municipal.
Roseno não acredita no PT como força de oposição à administração de Roberto Cláudio porque, conforme exemplificou, o PT de Camilo é aliado dos irmãos Ciro e Cid Gomes no plano estadual.