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Atletas cearenses relatam dificuldades de manter treinos durante meses de isolamento
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Atletas cearenses relatam dificuldades de manter treinos durante meses de isolamento

"Com a pandemia passei a ter que me virar dentro de casa mesmo", relata a jogadora de handebol Elaine Gomes
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Cearenses em Tóquio-2020 (Foto: capa reportagem esportes 13092020)
Foto: capa reportagem esportes 13092020 Cearenses em Tóquio-2020

Os atletas cearense que devem participar dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 apoiam o adiamento da Olimpíada para 2021. A mentalidade focada no desafio, porém, ganhou nova camada após os esportistas precisarem treinar durante os meses de isolamento social, sem acesso a técnicos presencialmente ou equipamentos especializados. Devido à pandemia do novo coronavírus, a Tóquio-2020 foi remarcada para ter início em 23 de julho, seguindo até 8 de agosto de 2021.

O Ceará conta com representantes como Silvana Lima, do surfe, Vittoria Lopes e Manoel Messias, do triatlo, Rebecca Silva, do vôlei de praia, Luiz Altamir, da natação e Marlon Zanotelli, do hipismo. O Estado deve ser representado ainda por Elaine Gomes no handebol, mas a ida depende de convocação após ela ser liberada para retomar o esporte após suspensão por doping.

Uma das favoritas a medalha para o Brasil e para o Ceará terá a chance graças a estreia de quatro novas modalidades: surfe, escalada, skate e beisebol. Trata-se da surfista Silvana Lima, de Paracuru, que já foi eleita oito vezes a melhor do Brasil. 

Para não atrasar a preparação, os atletas precisaram se desdobrar em casa para manter vivo o sonho de participar dos Jogos Olímpicos Tóquio 2021. No início do isolamento, o sentimento de frustração foi marcante para os atletas. Vittoria Lopes, 24, comentou que viveu um choque, mas logo focou em seu objetivo. “Primeiro foi um baque porque vinha em uma preparação muito intensa. Mas depois vi que realmente foi a melhor decisão porque as atletas chegariam a Tóquio em condições muito distintas. Então virei a página e já estou focada em 2021”, comenta a triatleta.

Para o nadador Luiz Altamir, 24, roraimense radicado no Ceará, as adaptações tiveram de ser feitas em casa. “Minha rotina sofreu modificações, tive que me adaptar ao novo normal, fiz preparação física, consegui nadar algumas vezes na casa da minha avó, amarrado em um elástico, e consegui fazer coisas diferentes na minha rotina”, comenta o nadador.

Apesar de ser um período atípico para muitos atletas, novos métodos de treino tiveram de ser inseridos no cotidiano. A jogadora de handebol Elaine Gomes, 28, conta que espera, em breve, já estar na Europa. No início da crise a atleta teve dificuldades, mas logo conseguiu se acomodar. “Com a pandemia passei a ter que me virar dentro de casa mesmo. Foi um período difícil, mas foi difícil pra todo mundo”, explica.

Retomada já começou

Com o isolamento, locais fecharam e a mudança da rotina de muitos atletas foi alterada. A jogadora de vôlei Rebecca Silva, 27, que faz dupla com Ana Patrícia, fala sobre a lenta retomada. “Ficamos por meses em casa e tentando adaptar a nossa rotina da melhor forma possível. Agora em agosto voltamos aos poucos a treinar na areia mesmo e estamos retomando nosso ritmo. Foi um período muito difícil, mas aproveitei para curtir a minha filha e a minha família”, relata Rebecca.

Apesar dessa reviravolta na vida desse atletas. O sentimento de esperança as expectativas ainda estão presentes. “As (expectativas são as) melhores possíveis. A gente espera chegar lá na nossa melhor forma e defender as cores do Brasil da melhor forma possível. O vôlei de praia é uma modalidade com bastante tradição, então a gente sabe do peso que a gente carrega, mas queremos chegar bem preparadas tanto fisicamente quanto psicologicamente para conseguirmos dar o nosso melhor”. 

Esperança de medalha em provas de revezamento, Altamir garante manter o foco. “Com certeza expectativas de muitos bons resultados da seleção brasileira. Sei que muitas coisas mudaram, mas agora é voltar a rotina, dar um passo de cada vez, e evoluir sempre”, relata.

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Perfis de atletas olímpicos cearenses

Silvana Lima

Silvana Lima é cearense e irá representar o Brasil em Tóquio 2020
Silvana Lima é cearense e irá representar o Brasil em Tóquio 2020 (Foto: Rede do Esporte/ Divulgação)

A surfista cearense terá o privilégio de representar o Brasil na estreia do surfe em Jogos Olímpicos. Além dela, o País será terá como representante a gaúcha Tatiana Weston-Webb. Aos 35 anos, Silvana Lima garantiu vaga em Tóquio ainda no final de 2019, após a etapa ir às oitavas de final da etapa de Maui, no Havaí. Na modalidade, apenas as oito melhores colocadas no ranking garantem um lugar na Olimpíada. Como existe um limite de dois representantes para cada país, ela garantiu vaga mesmo ocupando a 12ª colocação. Experiente em competições de alto nível, é uma esperança de medalhas para o Estado.

Vittoria Lopes

FORTALEZA, CE, BRASIL, 03.12.2019: Vittória Lopes, triatleta.academia Hedla Lopes. (Fotos: Fabio Lima/O POVO)
FORTALEZA, CE, BRASIL, 03.12.2019: Vittória Lopes, triatleta.academia Hedla Lopes. (Fotos: Fabio Lima/O POVO) (Foto: FÁBIO LIMA/O POVO)

A triatleta cearense, que partiu para os Estados Unidos em busca de uma preparação ainda mais adequada, tem tido uma trajetória digna de aplausos, afinal é composta por conquistas em competições importantes. Vittoria Lopes, 24, acumula medalhas de ouro e de prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019. Além disso, tem a conquista do ouro nos Jogos Sul-Americanos de 2018. Seja nas disputas individuais ou nos revezamentos por equipe, a cearense está no páreo para ser medalhista em terras nipônicas.

Rebecca Silva

Rebecca Silva - atleta de vôlei de praia
Rebecca Silva - atleta de vôlei de praia (Foto: Wander Roberto/CBV )

No vôlei de praia, as duplas brasileiras sempre são apontadas como fortes candidatas a garantir medalhas. Ao lado da parceira Ana Patrícia, a cearense Rebecca, 27, chega como uma das esperanças. A inexperiência das atletas em Olimpíadas não deve ser um fator preocupante, pois elas carregam a responsabilidade de ser uma das principais duplas da atualidade. Além do momento ser bom, o histórico pode fazer a diferença, visto que o Estado já garantiu três medalhas em Jogos Olímpicos na modalidade feminina: duas de prata e uma de bronze.

Luiz Altamir

FORTALEZA, CE, BRASIL, 27-12-2019: Treinamento do nadador Luiz Altamir com as crianças do Projeto Nadando na Frente, no Ideal Club, Meireles. (BÁRBARA MOIRA/ O POVO)
FORTALEZA, CE, BRASIL, 27-12-2019: Treinamento do nadador Luiz Altamir com as crianças do Projeto Nadando na Frente, no Ideal Club, Meireles. (BÁRBARA MOIRA/ O POVO) (Foto: BÁRBARA MOIRA)

Disputar a primeira Olimpíada com apenas 20 anos é um feito para poucos atletas. Foi exatamente com essa idade que Luiz Altamir disputou os Jogos Olímpicos de 2016, sediado no Rio de Janeiro. Quatro anos mais experiente, o nadador espera disputar a principal competição do mundo dos esportes pela segunda vez na carreira. Nascido em Boa Vista, Roraima, o atleta é radicado no Ceará e espera estar em Tóquio no próximo ano, além de conseguir a primeira medalha olímpica na carreira. Luiz ainda não está garantido nos Jogos, mas tem boas chances de conseguir classificação e ouvir o hino nacional brasileiro no pódio.

Elaine Gomes

Cearense Elaine Gomes é pivô da seleção feminina de handebol do Brasil
Cearense Elaine Gomes é pivô da seleção feminina de handebol do Brasil (Foto: Divulgação)

A pivô do time feminino de handebol do Brasil passou por um drama entre 2019 e 2020, mas o pesadelo chegou ao fim em agosto. Elaine Gomes, 28, tomou suspensão por doping após todo o elenco do Corona Brasov (da Romênia), seu ex-clube, passar por um procedimento cirúrgico proibido pela Wada (Agência Mundial Antidoping). A defesa da atleta conseguiu suspender a punição e, com isso, está apta para voltar jogar a partir de 14 de setembro. Livre do doping, a pivô vai continuar jogando na Europa e certamente estará entre as convocadas da seleção brasileira. Apesar de não ostentar o favoritismo, as mulheres do Brasil têm totais condições de surpreender.

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