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Tão completas que vendem "até" remédio
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Tão completas que vendem "até" remédio

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Hoje, além de atenção farmacêutica domiciliar, o órgão regulador autoriza apenas a aferição de pressão arterial e temperatura corporal, de glicemia capilar, administração de medicamentos nebulização e aplicação de injetáveis e perfuração da orelha para colocação de brincos (Foto: Tatiana Fortes)
Foto: Tatiana Fortes Hoje, além de atenção farmacêutica domiciliar, o órgão regulador autoriza apenas a aferição de pressão arterial e temperatura corporal, de glicemia capilar, administração de medicamentos nebulização e aplicação de injetáveis e perfuração da orelha para colocação de brincos

Existe uma máxima de que a tecnologia transformou o mercado de telefonia a tal ponto que os celulares hoje mais se parecem com computadores e que "até" fazem ligação. Uma ironia àquela que era a função primeira do telefone. Movimento similar está ocorrendo no varejo farmacêutico.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encerrou, nessa semana, consulta pública sobre a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 44/2009, que trata das boas práticas farmacêuticas. Entre outros pontos, está sendo discutido o regulamento de referência para infraestrutura dos estabelecimentos que desempenham atividades de saúde, bem como uma atualização da lista de serviços possíveis de serem feitos em farmácias. A deliberação final da Diretoria Colegiada está prevista para 2021.

Hoje, além de atenção farmacêutica domiciliar, o órgão regulador autoriza apenas a aferição de pressão arterial e temperatura corporal, de glicemia capilar, administração de medicamentos nebulização e aplicação de injetáveis e perfuração da orelha para colocação de brincos.

O presidente da Abrafarma, Sérgio Mena, diz que essa atualização regulatória é importante não só para padronizar as regras e, assim, evitar distorções nas legislações municipais, mas também avançar no leque de serviços possíveis. Segundo ele, hoje, existem mais de 35 testes rápidos que poderiam ser feitos em farmácias no Brasil.

"Essa revisão é fundamental para permitir que os clientes possam fazer pequenos check-ups em farmácias, como exames para dengue, chikungunya, PSA, e orientar o encaminhamento para um médico em caso de alteração do resultado. Por que é preciso ir a um hospital para fazer um mapa arterial se isso é algo simples?", questiona.

Outra mudança defendida por ele é a liberação de serviços oferecidos por nutricionistas dentro do espaço de saúde das farmácias.

Além disso, há uma pressão para que, assim como os testes rápidos, a vacina para Covid-19, quando chegar no Brasil, possa ser ofertada também dentro do ambiente farmacêutico. "Esse deve ser outro ponto de forte demanda para o setor em 2021", avalia o Fábio Schmitt, sócio de estratégia e transações da EY Consultoria.

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