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Aos 15 anos, Mika Sol é tetracampeã mundial e quer ser inspiração para mulheres no kitesurfe
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Aos 15 anos, Mika Sol é tetracampeã mundial e quer ser inspiração para mulheres no kitesurfe

A cearense já é quatro vezes campeã mundial de kitesurfe e é considerada uma das maiores promessas do esporte
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Mikaili Sol é um das favoritas ao título no SuperKite Brasil (Foto: Fernando Braga/SuperKite)
Foto: Fernando Braga/SuperKite Mikaili Sol é um das favoritas ao título no SuperKite Brasil

Natural da Taíba, em São Gonçalo do Amarante, Mikaili Sol, ou Mika, como é conhecida, de apenas 15 anos, já alcançou seu auge no esporte de maneira precoce. Apesar de estar no começo da carreira, ela já possui 7 anos de experiência na modalidade e hoje é tida como uma das atletas mais completas do esporte e um dos nomes de maior futuro no kitesurfe.

Nascida em uma família de atletas, Mika teve o interesse despertado pelo kite desde cedo, mas só conseguiu a permissão dos pais para velejar aos 8 anos. Desde então, vem colecionando sucessos e ascendendo e se confirmando cada vez mais como uma jovem de potencial extraordinário, até mesmo pela pouca idade. Mika recentemente foi campeã do campeonato mundial de kitesurfe on-line, o Distance Battle, organizado pelo grupo GKA.

 

Em uma entrevista descontraída, O POVO conversou com a atleta sobre a carreira e seus planos para o futuro.

O POVO - Como começou sua relação com o Kite?

Mika Sol - Eu cresci vendo meus pais velejarem, sempre falei com eles que queria velejar mas eles achavam perigoso. Quando fiz oito anos, minha mãe e meu pai falaram que eu poderia começar a velejar e me colocaram em aulas de kite. Demorou uns 3 dias para eu começar a andar certo na prancha (risos).

O POVO - Como tem sido essa sua experiência de uma ascensão precoce, ser uma adolescente com esse lifestyle?

Mika Sol - Eu acho que é muito diferente, os meninos, adolescentes da minha idade estão na escola, vão para a escola e voltam para casa, vão para o shopping. Mas estou acostumada a viajar todo mês, conhecer outras culturas.

O POVO - Como é conciliar a rotina dos estudos com o esporte?

Mika Sol - Eu estudo on-line, minha escola é americana, meus estudos são em inglês, pelo fato da minha mãe ser americana, minha educação em si é toda de lá. Mas a rotina é bem difícil, o horário que tem que sair do treino para estudar, não poder sair com os amigos, no começo era bem difícil. Hoje é um pouco mais tranquilo.

O POVO - Com a chegada da pandemia, como foi para você esse período com os treinos?

Mika Sol - Foi do nada essa pandemia, me falaram que não podia viajar, teria que ficar de quarentena. E esse ano ia ser muito bom, eu ia competir no strapless freestyle, ai depois que veio a pandemia, fiquei (pensando): “Treinei esse ano e o ano passado para ficar presa em casa”. Fiquei aqui estudando on-line, pois não tinha tanta coisa para fazer.

O POVO - Como foi a experiência de uma competição online, o que significou para você?

Mika Sol - Foi uma ideia bem bacana, deu esperança para quem gosta do esporte, para quem gosta de competir, eles queriam ter algo esse ano, para quem gosta de assistir também.

O POVO - Quais as suas ambições para o futuro?

Mika Sol - Eu quero melhorar o esporte, quero que seja mais reconhecido no mundo. Quero ver mais mulheres velejando, pois a diferença de homens para mulheres no kite ainda é grande. Isso e também quero influenciar mais pessoas e mais crianças a velejar e ajudar a manter o esporte.

O POVO - Você já tem um poder de influência, como se sente com isso?

Mika Sol - Nossa, pensei que é muito legal. Mas também é uma responsabilidade muito grande. É uma responsabilidade, você tem que ser a pessoa que passa coisas boas, as pessoas vão olhar e se espelhar em você.

O POVO - Quais as principais dificuldades do kite aqui no Brasil em relação ao exterior?

Mika Sol - Aqui são os preços do material, são mais caros devido ao imposto. Isso não ajuda, uma aula de kite aqui é mais caro do que na Espanha, na Holanda, por exemplo. A taxa de importação é bem baixa. Acho que mais pessoas sabem o que é o kite na europa do que no Brasil.

O POVO - Qual foi o título mais importante na sua carreira?

Mika Sol - Foi o segundo título mundial, em 2018.

O POVO - Você se vê fazendo outra coisa na vida?

Mika Sol - Vou continuar no kite. Ainda sou muito nova, então minhas decisões podem mudar. Então não estou tentando achar uma carreira agora, quero focar no kite, vou ver onde esse caminho vai me levar. Mas ainda vou para uma universidade, só não sei o que vou estudar ainda (risos). (Rhaniel Guimarães / Especial para O POVO)

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