Único na televisão aberta no primeiro turno das eleições para a Prefeitura de Fortaleza, o debate da TV Cidade nesse sábado foi marcado pelo confronto direto entre Capitão Wagner (Pros) e José Sarto (PDT). O encontro começou às 20h40min e se encerrou às 23h.
Logo na pergunta inicial, Wagner escolheu Sarto como interlocutor e o questionou sobre sua trajetória de parlamentar. Chamando-o de candidato dos "Ferreira Gomes", quis saber quais projetos o pedetista havia aprovado, já que só apontava realizações do prefeito Roberto Cláudio ou do governador Camilo Santana (PT), avaliou o nome do Pros.
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Sarto respondeu referindo-se a Wagner como o "candidato de Bolsonaro". Em seguida, resumiu trabalhos no comando da Assembleia Legislativa do Ceará, presidida por ele. "Como presidente da Assembleia, eu ajudei o governador Camilo Santana a resolver o problema do motim, causado por um pequeno grupo de policiais, inclusive liderados pelo candidato", declarou.
O deputado estadual citou ainda projetos da Casa aprovados no combate à pandemia da Covid-19 no Estado. E arrematou: "A minha origem é da saúde, a sua origem é da violência e de motim".
Na réplica, Wagner contra-atacou: "O candidato fugiu, fala dos feitos do governador, fala dos feitos da Assembleia, mas dos dele não fala". E emendou nova pergunta: "Queria então que ele pudesse explicar as duas operações da PF na cidade, uma delas para apurar R$ 17 milhões dos respiradores que nunca foram recebidos aqui e a última, sobre o hospital de campanha, que identificou rombo de R$ 7 milhões".
Essas duas operações da Polícia Federal mencionadas foram conduzidas nos dias 17 de outubro e 3 de novembro. Ambas dizem respeito a apurações de possível mau uso de recurso público no enfrentamento à crise sanitária.
Com a palavra, Sarto rebateu: "Isso é mais uma marmota do governo Bolsonaro para tentar ajudar o candidato dele aqui em Fortaleza". O prefeiturável continuou: "Assim que soube disso, liguei para o prefeito e perguntei o que foi isso". Conforme relato de Sarto, RC o tranquilizou porque "não existe nenhuma irregularidade". Para o gestor, o "candidato do Bolsonaro está desesperado".
Após esse bloco de perguntas, Sarto se dirigiu à candidata Luizianne Lins, do PT. Na rodada seguinte, a petista voltou a se queixar de ataques que vêm sofrendo da candidatura do PDT na propaganda televisiva.
"Uns com pouco tempo e outros com tanto falando mal dos outros sem dizer suas propostas, isso é muito grave", falou Luizianne para o candidato Samuel Braga (Patriota). A ex-prefeita enumerou então obras e programas de seus oito anos de gestão, como fardamento escolar, Hospital da Mulher, Vila do Mar e a rede de Cucas.
Quando perguntado novamente, agora sobre outro tema, Sarto aproveitou o seu tempo para criticar fala de Luizianne e negar que esteja fazendo ataques à postulante. "Tenho respeito pela candidata Luizianne", disse o pedetista, "mas dizer que o Datafolha pesquisou as oito maiores capitais brasileiras e Fortaleza foi a pior avaliada é fato".
Embora o debate tenha se polarizado entre Sarto e Wagner, houve momentos em que esse domínio se desfez. Candidato do Psol, Renato Roseno confrontou duramente Capitão Wagner, associando-o ao presidente Jair Bolsonaro.
Já Luizianne fez crítica indireta ao concorrente do Pros ao dizer que "quem reivindica apoio do Bolsonaro deveria ter vergonha".