O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que o fornecimento de energia está próximo de ser normalizado no Amapá, estado atingido por dois apagões nas últimas semanas. Na primeira visita ao estado que enfrenta sérios problemas de abastecimento desde o começo de novembro, Bolsonaro também enfrentou alguns protestos.
O governo federal anunciou a edição de uma medida provisória para permitir a isenção da conta de luz aos consumidores do Estado. "Hoje em dia podemos dizer que estamos nos aproximando do 100%. Acredito que nos próximos dias, como vimos agora há pouco, ao apertar o 'start' de pequenos geradores, de pequeno potencial, mas que no somatório brevemente atingiremos a plena suficiência", disse Bolsonaro, em pronunciamento feito na capital Macapá.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que a isenção da conta de energia valerá pelos 30 dias anteriores à edição da medida, mas não anunciou quando o texto será assinado. O governo estaria preparando uma medida provisória para isentar a população do Estado. O Tesouro deve fazer um aporte para bancar o benefício com custo entre R$ 45 milhões e R$ 80 milhões.
Bolsonaro visitou o Amapá com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Bolsonaro reconheceu que a população amapaense passou por dificuldades, mas afirmou que o governo federal prestou assistência. "Demoraria 90 dias para ser restabelecido (a energia). Mesmo não sendo atribuição federal, nós mergulhamos, especialmente por pedido do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre", disse o presidente.
Sem energia, moradores viveram dias de terror. O rodízio de luz atendeu principalmente bairros nobres, enquanto a periferia passou dias no escuro. Protestos em revolta ao apagão foram reprimidos com violência pela polícia. Bolsonaro não visitou o Estado nos dias de maior tensão.