No Brasil como empreendedoras desde 2014, as sul-coreanas Chan young yang de 29 anos e sua mãe, Meejeon jee, 58, decidiram montar um negócio no Ceará após observar, ainda na Coreia do Sul, o grande movimento de trabalhadores que estavam se deslocando para o Estado por causa da construção da Siderúrgica do Pecém.
"Começamos o negócio para atender coreanos e acabamos ganhando outros clientes: os brasileiros. Não sabíamos que tinha tanta gente que gosta e adora a cultura coreana", afirma Chan.
Mãe e filha contam que se assustaram com a demanda que tinham por parte dos brasileiros e que, com o fim das obras na Siderúrgica, optaram por fechar o empreendimento na região e abrir um novo em Fortaleza.
Batizado de "K-pop&Food", o restaurante emprega cerca de sete pessoas e representa mais do que apenas o negócio da família: "Nosso objetivo é espalhar nossa comida, apresentar para todo mundo", comenta Chan.
E mesmo avaliando o cenário estadual como mais receptivo a empreendedores do que no seu país de origem, as sul-coreanas relatam dificuldades para empreender no Estado, desde problemas com fornecedores à comunicação em Português.
A presidente da Câmara Setorial de Comércio Exterior e Investimentos da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Karina Frota, complementa que os empreendimentos estrangeiros buscam se associar a regiões e segmentos com tendência de crescimento acelerado, com possibilidade de retorno imediato e de inovação.
Outro fator decisivo é a preocupação com a sustentabilidade e a avaliação de como o negócio será beneficiado pelas qualidades climáticas, ambientais e pelos hubs aéreo, logístico, tecnológico e também pela Zona de Processamento de Exportações existente no Ceará (ZPE-CE).