A notícia de mais uma alta da taxa de juros é recebida com assombro pelo casal Yuri Pacheco, de 24 anos, e Brena Moura, de 27 anos. Eles ainda estão batalhando para tentar reverter os impactos financeiros que a segunda onda da pandemia trouxe para o empreendimento deles, a By Empire Calçados.
As restrições impostas pelas medidas de isolamento derrubaram em quase 70% o faturamento da loja, mesmo adotando as vendas online. Além disso, tinham acabado de inaugurar em janeiro deste ano, a segunda loja.
Para não demitir funcionários e atravessar essa fase mais difícil, eles fizeram empréstimos, atrasaram algumas dívidas, e tudo isso foi virando uma bola de neve, justamente, por conta dos juros altos.
"Algumas coisas estamos conseguimos renegociar, como o contrato de aluguel, mas outras tivemos mais dificuldade, como cartão de crédito, e nisso os bancos não ajudaram muito. Só o que conseguimos fazer foi parcelar e os juros são altíssimos", reclama Yuri Pacheco.
Brena diz que, aos poucos, a organização financeira da família e a operação da loja estão sendo retomadas. Mas os juros não a deixam esquecer do quão ruim é atrasar as dívidas. "A pior coisa é atrasar com banco porque além dos juros, eles vivem te ligando para cobrar e te tratam de forma desrespeitosa. Até quando você procura renegociar, te tratam com pouco caso. Sendo que só quem tem um negócio nesta pandemia sabe o quanto difícil está sendo esse momento."
Eles temem também que a alta dos juros afete o processo de retomada. "Afeta, a gente sente isso na loja, o cliente também está sentindo dificuldades na pandemia. Então mais uma alta de juros, a inflação como está, tudo isso pesa. È muito complicado porque a gente não sabe onde os juros vão parar", afirma Yuri.