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Selic em 4,25%: quanto rende as aplicações de renda fixa e onde investir agora?
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Selic em 4,25%: quanto rende as aplicações de renda fixa e onde investir agora?

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Tipo Notícia

A elevação da taxa básica de juros para 4,25% torna as aplicações em renda fixa um pouco mais atrativas. Isso porque grande parte delas acompanha a variação da Selic. Mas mesmo considerando a tendência de novas altas para os próximos meses, ainda será difícil reviver as épocas de ouro do "rentismo" brasileiro, que pagava juros acima de 10%. Na verdade, na maioria dos casos, ainda haverá rentabilidade negativa considerando a inflação do período. Dentro desse contexto, quais as melhores opções de aplicações neste tipo de investimento?

O consultor de investimentos, Thomaz Bianchi, sócio da M7 Investimentos, a pedido do O POVO, fez simulações de como a Selic em 4,25% impacta, na prática, a rentabilidade das seguintes aplicações de renda fixa: poupança; CDB (com 90% de CDI); CDB (110% de CDI), Tesouro Selic e Fundos DI.

Vale lembrar que, quando se trata de renda fixa, é importante considerar qual o percentual de Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que são os empréstimos que os bancos fazem entre si para fechar o caixa do dia no positivo, que incidem sobre a aplicação, já que essa taxa é determinante para o rendimento anual de diversos tipos de investimento.

A simulação também leva em conta o Imposto de Renda (IR) que incide sobre o rendimento. Com exceção de LCI, LCA, CRI e CRA e debêntures incentivadas, as aplicações são tributadas pelo IR regressivo, que vai de 22,5% até 15%, a depender do prazo. E, quanto maior o tempo de resgate, menor o IR cobrado.

Para esse exemplo, Bianchi considerou uma aplicação de R$ 1 mil, um desconto líquido de imposto de renda de 17,50% para o CDB (90% CDI) e para o CDB (110% CDI), fundo taxa zero para o Fundo DI.

E a conclusão é que o investidor teria melhor retorno se escolhesse o CDB (110% de CDI) porque os R$ 1 mil, ao final de um ano, teriam se tornado R$ 1.037,66. Se a Selic ainda estivesse em 3,5%, o valor alcançado seria R$ 1.030,86. Um ganho de R$ 6,80. Já a poupança, com a mudança na Selic, sai de R$ 1,024,50 para R$ 1.029,75.

"Em termos de rentabilidade, aqueles ativos pós-fixados atrelados ao CDI tendem a ter rentabilidade melhor, porém ainda preocupa a forma como a inflação afeta os ativos de renda fixa. Se eu pegar esses ativos e descontar a inflação, ainda temos um ganho real negativo. Ou seja, o investidor está perdendo dinheiro."

Ele acredita que se Selic chegar a 6,5% até o fim do ano, como preveem os analistas do mercado, é possível que a rentabilidade da renda fixa seja normalizada e, em alguns casos, ficar um pouco positiva. "E crescer mais um pouco no ano seguinte, considerando que a tendência é que a inflação caia."

Ainda assim, para quem busca rentabilidade maior, é preciso estar disposto a se expor a mais riscos. "È preciso considerar o perfil de risco do investidor, mas, de fato, como existe uma expectativa de crescimento do PIB neste ano e para o próximo, a tendência é que o investimento em renda variável continue melhor."

Ele pondera, no entanto, que essa não é uma linha reta e são grandes as chances de volatilidade no futuro. Por isso, ele recomenda sempre ter uma carteira diversa, para que um ativo possa compensar o outro, quando alguma aplicação não estiver indo tão bem.

Além disso, é preciso considerar os objetivos financeiros. Para uma reserva de emergência, por exemplo, que precise ser acionada no curto prazo é melhor escolher a renda fixa.

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