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Fomento de dentro para fora do governo
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Fomento de dentro para fora do governo

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GOVERNADOR CAMILO SANTANA E SECRETARIO DE SAUDE MARCOS GADELHA EM LIVE SOBRE O DECRETO DA SAUDE SOBRE A COVID19; SESA; COVID19 ; FOTOS © CARLOS GIBAJA/ GOV. DO CEARA (Foto: CARLOS GIBAJA/ GOV. DO CEARA)
Foto: CARLOS GIBAJA/ GOV. DO CEARA GOVERNADOR CAMILO SANTANA E SECRETARIO DE SAUDE MARCOS GADELHA EM LIVE SOBRE O DECRETO DA SAUDE SOBRE A COVID19; SESA; COVID19 ; FOTOS © CARLOS GIBAJA/ GOV. DO CEARA

Parte do tripé que sustenta as experiências em inovação no planeta, o poder público no Ceará concentrou esforços no desenvolvimento de soluções e programas para potencializar o desempenho da máquina pública sem abandonar o fomento às iniciativas inovadoras, como destacam Carlos Décimo, secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, e Victor Macêdo, vice-presidente da Citinova e coordenador do Laboratório de Inovação de Fortaleza (Labifor).

No governo estadual, Décimo ressalta o Cientista Chefe, cujo investimento entre 2018 e 2021 soma R$ 82,5 milhões, e, segundo ele, proporciona melhorias no desenvolvimento de projetos em todas as secretarias. Na prática, o programa leva para dentro das pastas 19 pesquisadores que, com ajuda de 1021 bolsistas, prestam consultoria e auxiliam secretários nas tomadas de decisão e na formulação de políticas públicas.

"Desenvolvemos um produto de aprimoramento de inteligência para a solução dos problemas. Durante as 'lives' do governador Camilo Santana às sextas-feiras, quando ele apresenta os dados sobre a covid, aqueles gráficos apresentados ali são do cientista chefe de dados", exemplifica o titular da Secitece sobre uma das transmissões mais vistas pelos cearenses desde o início da pandemia de Covid-19.

Ele cita ainda uma plataforma em desenvolvimento que faz a detecção automática de buracos nas rodovias, facilitando o trabalho da Superintendência de Obras Públicas (SOP). Conhecido por outras unidades da federação, o Cientista Chefe, segundo contou Décimo, despertou o interesse do Consórcio Nordeste e pode ser replicado pelos demais estados da Região.

Outro programa que traz equipamentos sofisticados e que ajudam os projetos de inovação é o Programa de Modernização Tecnológica do Ceará (Promotec), segundo observa o secretário.

Neste "braço", o Estado adquire equipamentos de ponta para áreas consideradas estratégicas pela gestão, como saúde e segurança pública. O montante de 67,8 milhões de euros foi aplicado, entre outros investimentos, como os helicópteros para a Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) e uma autoescada articulada para o Corpo de Bombeiros (a maior do mundo), na compra de equipamentos de imagem para a Universidade Estadual do Ceará (Uece) e para os três planetários do Estado.

 

Incentivo às empresas

 

Já sobre o fomento à inovação por empresas, a Secitece contabiliza um orçamento de R$ 81 milhões - desta vez em um prazo maior, de 2008 a 2020. Foram 19 editais em 12 anos, pelos quais 315 propostas foram contratadas e 244 empresas foram contempladas. Via FIT, Inovafit, Pappe, Centelha e Conecta distribuíram os recursos. Mas o professor destaca o papel da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) como essencial no estímulo ao setor privado e às pesquisas.

Para ampliar esses recursos, o secretário diz já saber o caminho: "Precisamos chegar a 2% da receita tributária líquida do Estado para ações de inovação. Estamos na cesta de 1,45% hoje, mas podemos chegar a 2%."

Já pela Prefeitura de Fortaleza, o vice-presidente da Citinova e coordenador do Labifor diz que o poder público tem atuado em duas frentes: incubadora de políticas públicas inovadoras e ações de reforço ao ecossistema inovador, a partir da articulação com setor produtivo e academia. Usando do Labfor como incubadora, ele diz ter alcançado uma "carteira de 20 projetos que abrange todas as temáticas."

Na outra ponta, Macedo diz ter estimulado startups e planeja, ainda para este semestre, o primeiro ciclo de inovação aberta de Fortaleza. Sem citar quanto já foi aplicado pela Prefeitura nessas iniciativas, ele diz contar com recursos de instituições de fomento, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina, o CAF.

"O ecossistema tem muito potencial e a cidade hoje tem atraído muito investimento pelo histórico. Tem terreno muito fértil, mas é preciso fortalecer conectando as pontas: academia e privado", diz Macedo.

Ideia que encontra apoio no secretário de Ciência e Tecnologia do Estado: "Considero, agora, como uma grande oportunidade. Temos capital humano, cientistas e pesquisadores de grande valor, e podemos tornar o Ceará científico e tecnológico. Com esse hub de hidrogênio verde, energias renováveis que podem dar esse salto grande, forte atração de investimento na área de ciência... Acredito que já avançamos muito, mas, agora, nós temos que estar preparados para novas tecnologias, como o 5G. Temos cabos de fibra ótica de importante conexão de dados."

 

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