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Peso de reajustes no orçamento afasta famílias dos planos de saúde
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Peso de reajustes no orçamento afasta famílias dos planos de saúde

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O home care consiste na internação em casa (Foto: JULIO CAESAR)
Foto: JULIO CAESAR O home care consiste na internação em casa

De acordo com a ANS, a taxa de adesão aos convênios (entradas), considerando todos os tipos de contratações, continua sendo superior à taxa de cancelamento (saídas) nos planos médicos hospitalares. No entanto, para muitas famílias, entre colocar combustível no carro e cuidar das contas de casa ou pagar o convênio médico, a opção tem sido cancelar o plano de saúde.

É o caso da supervisora Adriana Lucas, de 50 anos, que recentemente encerrou o vínculo de cerca de duas décadas que possuía com uma das maiores operadoras de saúde do Brasil.

“Cheguei aos 50, já é um outro preço, já sobe consideravelmente. Saí de 200 reais e pouco para 550 reais. Eu cancelei, porque nós estamos numa crise econômica, junta a gasolina cara, tudo caro, chega uma hora que você tem que pesar. Você continua botando gasolina no carro, fazendo um mercantil ou pagando um plano de saúde? Porque tudo pesa, tudo pesa muito”, relata.

Optar pelo cancelamento não foi uma escolha fácil para Adriana, que se diz preocupada com a alta de casos de síndromes respiratórias, crescente ocorrência de chikungunya e o surgimento de novas doenças.

“Eu fiz agora recente mas com medo, porque está vindo aí a chikungunya, um bocado de doenças, e aos meus 50 anos eu vou precisar fazer mamografias e vários exames. E nós sabemos qual é a realidade do SUS, as UPAs, os atendimentos. É rezar e confiar em Deus, né? Porque é a única coisa que nos resta”, conta.

A demanda da saúde neste período de retomada das atividades engloba, entre outros, pacientes que precisam de atendimento em saúde, pessoas afetadas por problemas de saúde mental, indivíduos que adiaram exames de rotina e, inclusive, pessoas que conseguiram sobreviver à Covid, mas ainda têm sequelas da doença.

Com as dificuldades financeiras, muitas têm recorrido a clínicas populares para acessar serviços e preservar os cuidados a valores acessíveis. A jovem autônoma Monise Monteiro, de 29 anos, chegou a ter um plano de saúde pela empresa em que trabalhava como balconista, mas aderiu ao plano de uma clínica popular em março.

Ela paga uma mensalidade no valor de R$ 27,50 e quando precisa fazer consultas ou exames consegue efetuar o pagamento com descontos. Apesar do pouco tempo como cliente, Monise já visualiza vantagens e desvantagens.

“Recentemente precisei fazer um exame que particular custava 110 e pela clínica paguei 72. Além disso, também fiz o Cartão de Todos, que também dá descontos. A vantagem é que você só paga quando precisa de uma consulta e o valor mensal é baixo. A desvantagem é que não tem emergência e internação”, pontua.

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