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Litro da gasolina já ultrapassa R$ 8 em Fortaleza, após aumento nas refinarias
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Litro da gasolina já ultrapassa R$ 8 em Fortaleza, após aumento nas refinarias

|IMPACTO | Valor mínimo do litro da gasolina foi encontrado em um posto na avenida Barão de Studart, no bairro Aldeota, onde custava R$ 7,17
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GOVERNO Federal projetava que fixação do teto do ICMS sobre combustíveis em 17% poderia reduzir em até R$ 1,65 o litro da gasolina e em R$ 0,76 o do óleo diesel; mas o que se viu foi um novo reajuste.
 (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita GOVERNO Federal projetava que fixação do teto do ICMS sobre combustíveis em 17% poderia reduzir em até R$ 1,65 o litro da gasolina e em R$ 0,76 o do óleo diesel; mas o que se viu foi um novo reajuste.

Um dia após o anúncio da Petrobras de que aumentaria os preços da gasolina e do diesel nas refinarias, o consumidor fortalezense já começou a se deparar com reajustes nos valores cobrados nos postos de combustível da cidade. Em alguns locais, o valor da gasolina já superam os R$ 8,00

Entre o fim da manhã e o início da tarde de ontem, quando começou a valer o aumento, a equipe do O POVO visitou postos em diferentes bairros da capital, entre eles Centro, Aldeota, Joaquim Távora, José Bonifácio e Benfica. 

Na última sexta-feira, 17, a Petrobras anunciou o novo reajuste da gasolina e diesel para as refinarias. O preço médio da gasolina saltou de R$ 3,86 para R$ 4,06. No diesel, o preço médio subiu de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro. Com isso, o reajuste dos combustíveis nas refinarias chegou 5,18% ou R$ 0,20 na gasolina e de 14,26% ou R$ 0,70 no diesel. A estatal estimava aumento de, pelo menos, R$ 0,15 no preço do litro da gasolina nos postos de gasolina, considerando somente a parcela de lucro da Petrobras.

Contudo, os aumentos verificados pelo O POVO em Fortaleza foram bem superiores a esse cálculo. O valor mínimo do litro da gasolina foi encontrado em um posto na Avenida Barão de Studart, onde custava R$ 7,17. Já em outro empreendimento, no Centro, a gasolina estava sendo vendida a R$ 7,89. Naquele estabelecimento, a propósito, o preço cobrado no dia anterior era de R$ 7,19, segundo relataram consumidores, um aumento de R$ 0,70 ou 9,73%. 

Na Aldeota, o litro da gasolina estava sendo vendido a R$ 7,45. Segundo o operador Marcos Rogério, de 41 anos, ele encontrou um posto na BR-116 em que o combustível já era comercializado a R$ 8,02. "Vi a esse preço por lá e quando passei aqui e vi que estava mais barato parei para abastecer. É assim mesmo em um País em que ninguém está preocupado com a população, que tem de arcar com esses aumentos", desabafou.

Em um dos postos visitados, na avenida Carapinima, o preço do litro do diesel é o que mais chama a atenção de quem passa por já estar sendo comercializado a RS7,77, superior, inclusive, ao preço do litro da gasolina, vendido a R$ 7,37 no mesmo estabelecimento. Mais cedo, em relato à rádio O POVO CBN, o ouvinte Régio Oliveira disse ter encontrado preços mais altos em pelo menos três bairros da Capital.

"Eu só não vou trabalhar de bicicleta porque é muito longe do meu trabalho. Mas é covardia o preço dos combustíveis. Transitei hoje pela região da avenida Osório de Paiva, ali no Siqueira e no Bom Jardim, e lá tem gasolina sendo vendida até por R$ 7,99. Já no Conjunto Ceará. coloquei gasolina aditivada hoje por R$ 7,49", contou Régio Oliveira.

Vale lembrar que a Petrobras possui uma política de paridade de preços, em que os valores nas refinarias são reajustados de acordo com o mercado internacional, baseado tanto no dólar, como principalmente na cotação do Brent, barril de petróleo. Na última sexta-feira, 17, por exemplo, às 11h15min, o Brent estava na casa dos US$ 116,59.

Diante deste cenário, o consultor de Petróleo e Gás, Ricardo Pinheiro, ex-presidente da associação dos engenheiros da Petrobras, afirma que a política de paridade de preços adotada pela Petrobras irá reverter qualquer economia gerada pelo teto do ICMS (estabelecido pelo Congresso na última quarta-feira, 15).

"Como a pressão de aumentos de preços não depende necessariamente de mercado interno, nacional, e devido a crises sanitárias e conflitos bélicos acontecendo atualmente, os preços dos combustíveis e energia elétrica estão em processos de elevação e ficarão assim ainda por muitos meses", destaca.

O Governo Federal, por sua vez, projetava que o pacote poderia reduzir em até R$ 1,65 o litro da gasolina e em R$ 0,76 o do óleo diesel, mas o que se viu foi um novo reajuste.

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