Na contagem regressiva para o maior campeonato de futebol do planeta, sediado pela primeira vez no fim do ano e em um país do Oriente Médio, a FIFA estima que a sede Catar deve atrair 1,2 milhão de visitantes e receber a injeção de cerca de U$ 17 bilhões na economia.
Mas não é apenas no golfo pérsico que a competição deve incrementar vendas e gerar renda. Do outro lado do oceano, a quase 12 mil quilômetros de distância, o Brasil também se empolga pela paixão ao futebol e a busca pelo hexa é sinônimo de oportunidade para o comércio — que aposta no evento para melhorar os negócios nesse período de retomada e já começa a entrar em campo.
É o caso do Lojão dos Esportes, de artigos esportivos que existe há 54 anos. Começou como um armarinho, segundo o proprietário, Sérgio Vasconcelos, e hoje oferece uma grande variedade de produtos para os amantes dos esportes. Com a proximidade da Copa, a empresa espera triplicar as vendas a partir da oferta de uniformes, bolas, bandeiras e jogos diversos.
"Porque é um evento grandioso, que mobiliza a população, todas as faixas etárias, une todos os brasileiros", justifica. Uma das estratégias é a exposição dos itens na internet: "a pandemia nos ensinou a necessidade de trabalhar tanto o atendimento presencial como o virtual e expor nossos produtos nas redes sociais é uma das formas de atrair o movimento."
Outro segmento que já se movimenta é o de bares e restaurantes. No complexo gastronômico Imprensa Food Square, por exemplo, uma programação mensal com atividades voltadas para o futebol deve atrair ainda mais público para o espaço: é o Esquenta para a Copa.
"Uma vez por mês apresentaremos um atrativo diferente, como futebol de salão, promoção de caipirinha, mesa disponível para amigos jogarem futvôlei e interagir, de modo que quem ganhar, leva uma rodada de chopp ou coxinha. E quando começar a Copa do Mundo, é fazer uma grande abertura do espaço, com público consolidado", conta Pedro Netto, CEO do polo.
A primeira ação ocorreu no último dia 19, em homenagem ao Dia Nacional do Futebol, com caipirinha a R$ 1,99 e imagens dos melhores momentos do último campeonato. "Ao longo da Copa, tiramos a área de estacionamento para transformar em uma arena gigante com mesas e cadeiras para que as pessoas possam assistir aos jogos no telão."
Para o economista Davi Azim, membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), a Copa "é um dos eventos mais relevantes que une a nação em torno de um objetivo. Com isso, o cenário e o ambiente fica mais favorável à economia. Há uma tendência para as pessoas gastarem mais nessa época, logo, há com certeza aumento da movimentação de alguns produtos."
Ele pondera, porém, que é preciso que o brasileiro fique atento ao endividamento.