A produção do caju é extensa, pois esse é um produto que serve de matéria-prima para outros bastante apreciados, como a cajuína e doces. O fim dessa cadeia, porém, vai além e sacia os famintos desassistidos das periferias de Fortaleza.
Uma ação do Iprede em parceria com os Mercadinhos São Luiz e produtores utiliza caju não comercializável, seja por serem "feios" ou estarem amassados, e transformam numa sopa de caju que atende quase 3 mil pessoas de 13 comunidades.
O coordenador de Ações Sociais do Iprede, João Victor Furtado, explica que a iniciativa começou durante a pandemia, quando a demanda de pessoas em situação de fome aumentou e a despensa da instituição correu risco de ficar desabastecida. "Como a gente não tinha a proteína animal, transformamos a polpa do caju com uma textura de carne e com o caldo do caju conseguimos dar todos os nutrientes. Fizemos essa comprovação com laboratórios da Uece provando o valor proteico dessa alimentação", conta.
São 2 mil litros de sopa de caju distribuídos e a aceitação tem sido positiva, destaca João, já que acidez e amargor do caju são neutralizados no preparo da sopa.
Além de sopa, a partir do caju, o Iprede ainda produz, em menor escala, a moqueca de caju e o pão de caju, além de salgadinhos como a coxinha. "Mesmo o produto doado, queremos uma boa aceitação. O prato deve ser bonito, cheiroso e gostoso, como se fosse alimentar a família mais rica." (Samuel Pimentel)