E por falar em dívidas, o endividamento que atingia em janeiro deste ano 76,1% das famílias subiu mais de três pontos percentuais e chegou a 79,3% em setembro.
O presidente eleito vai ter que lidar com um País em que quase oito em cada dez famílias está endividada, ou seja, com seu orçamento mensal comprometido com algum tipo de dívida.
Já quatro em cada dez famílias estão em situação ainda pior: a inadimplência, quando essas dívidas estão atrasadas, muitas vezes, sem perspectivas de serem regularizadas ou, pelo menos, renegociadas.
Esse quadro pode se agravar, segundo o coordenador de contas nacionais da FGV-IBRE, Cláudio Considera. "Algumas famílias que já estão muito endividadas estão escalando o endividamento, por meio do empréstimo consignado do Auxílio-Brasil. Você recebe uma migalha agora, compra alguma coisa e fica com uma prestação em cima do empréstimo. Isso pode ser um problema grave para essas famílias".
Silvana Parente, presidente do Corecon-CE, lembra que esse endividamento "também bloqueia a capacidade de consumo que faz girar a economia".