O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou neste sábado, 21, o general Júlio César de Arruda do comando do Exército. Ele será substituído pelo comandante militar do Sudeste, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.
Júlio César assumiu interinamente ainda no fim do governo Jair Bolsonaro (PL), em 30 de dezembro, em entendimento feito entre a equipe de transição de Lula e a administração que se encerrava.
A substituição ocorre um dia após reunião entre Lula e os comandantes das Forças Armadas.
O novo comandante é um dos três mais antigos oficiais generais do Alto Comando do Exército. Ele foi um dos comandantes que se opuseram a qualquer tentativa de golpe após a vitória de Lula sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial.
Por isso, tornou-se alvo, ao lado de outros integrantes do Alto Comando, de uma campanha difamatória de bolsonaristas.
Na quarta-feira, dia 18 de janeiro, no quartel-general do Comando Militar do Sudeste (CMSE), Tomás, como é conhecido, discursou durante cerca de dez minutos. Ele afirmou que o resultado das urnas deve ser respeitado.
O pedido foi feito durante uma cerimônia militar, após comentários sobre os atos golpistas do dia 8, quando radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.
"Democracia pressupõe liberdade, garantias individuais, políticas públicas e também é o regime do povo. É alternância de poder, é o voto. E quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa, tem que respeitar. É isso que vale, essa é a convicção que a gente tem que ter, mesmo que a gente não goste. Nem sempre é quem a gente queria, mas não interessa", declarou o general.
Em discurso, Tomás defende a democracia e o papel do militar para além da opinião política: "A política é apartidária, então não importa quem está no comando, nós vamos cumprir a missão do mesmo jeito."
Após golpistas conseguirem deixar um acampamento instalado no QG do Exército e invadirem os palácios dos Três Poderes, Lula expôs, na semana passada, a sua desconfiança em relação às Forças Armadas.
Contudo, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que a reunião de Lula com os comandantes das Forças Armadas resultou em uma melhora na relação entre as partes. De acordo com Múcio, Lula passou uma mensagem de entusiasmo e quis "renovar a fé" no trabalho dos militares.
Com Agência Estado