Comandantes de unidades do Exército, instrutores de escolas militares e até um oficial da reserva que foi assessor parlamentar do então deputado federal major Vítor Hugo (PL). Esses são alguns dos que participavam do grupo de WhatsApp "Doss", investigado pela Polícia Federal, e no qual estava o tenente-coronel Mauro César Cid, ex-chefe de ordens de Jair Bolsonaro (PL). As informações são do Estadão, que conseguiu identificar sete deles.
A publicação destaca que, em comum, havia o fato de todos os militares serem Forças Especiais (F.E.), integrantes do Exército especializados em operações especiais, um grupo com forte presença no governo de Bolsonaro – os ex-ministros Eduardo Pazuello e Luiz Eduardo Ramos eram F.E., por exemplo. Entre os identificados pelo Estadão está o coronel de cavalaria Rodrigo Lopes Bragança Silva, atualmente lotado na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas.
Também fazia parte, conforme o jornal, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, que trabalhou no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Bolsonaro e foi recentemente nomeado para comandar a 3ª Companhia Forças Especiais, em Manaus.
A publicação ainda cita o coronel Gian Dermário da Silva, que assumiu em 2022 o Centro de Instrução de Operações Especiais (CI Op Esp), em Niterói (RJ), no Forte Imbuhy. Além de Gian, participam das coversas o major da reserva – e ex-assessor parlamentar do deputado Vítor Hugo – André Luiz Pereira da Silva, o Bodão. Outro Força Espececial, Bodão ganhava R$ 14 mil na Câmara dos Deputados quando trabalhava para o deputado. É formado na turma de 1996, da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).
Outro oficial flagrado pela PF nas conversa é o coronel Márcio Nunes de Resende Junior, que comandou o 1.º Batalhão de Logística de Selva. Também estava o coronel Jorge Alexandre Oliveira de Medeiros de Souza, que trabalhou na 12.ª Região Militar e pertenceu ao 1.º Batalhão de Ações de Comando.
Estava ainda o coronel Anderson Corrêa dos Santos, que trabalhou no gabinete da intervenção federal do Rio, em 2018. Ele comandava o Batalhão de Apoio às Operações Especiais até 22 de janeiro de 2021, quando foi fazer o Curso de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército.
Por fim, há entre os integrantes do curso um militar que se apresenta como Felipe SIEsp. A sigla é uma referência à Seção de Instrução Especial da Aman. Conforme a publicação, outros dois participantes do grupo permanecem sem identificação.