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Tio Flavinho vira referência em corridas de rua, modalidade da "moda" em Fortaleza
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Tio Flavinho vira referência em corridas de rua, modalidade da "moda" em Fortaleza

Em entrevista ao O POVO, o corredor comentou sobre o crescimento da modalidade esportiva na capital cearense
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Flávio Freire da Costa, responsável pela Tio Flavinho Assessoria (Foto: João Costa Fotógrafo)
Foto: João Costa Fotógrafo Flávio Freire da Costa, responsável pela Tio Flavinho Assessoria

Dos campos para as ruas. O educador físico Flávio Freire da Costa, forjado no futebol, decidiu trocar a chuteira pelo tênis e tornou um dos grandes nomes das corridas de rua em Fortaleza, sendo fundador da Tio Flavinho Assessoria, que ajuda mais de 60 alunos a terem uma melhor qualidade de vida através do esporte.

Em entrevista ao O POVO, o profissional — e também corredor — comentou sobre o crescimento da modalidade no cenário local. Além disso, contou sua trajetória e deu dicas preciosas a quem deseja ingressar no “universo das corridas”. A rotina envolve cuidados prévios com a parte física, treinos na semana e, em geral, provas no fim de semana, pela manhã.

O POVO - Como você enxerga o movimento de tanta gente buscando a corrida como atividade física?

Flávio Costa - Trabalho no segmento há 13 anos e posso afirmar que nunca tivemos tantos praticantes de corrida de rua como atualmente. Inclusive, saiu uma matéria no Strava, uma plataforma de treino mundialmente conhecida, que o esporte mais praticado em 2023 foi a corrida de rua, teve um crescimento de 4%. Em relação à adesão das pessoas acredito que está ligada à interação social.

As pessoas buscam a corrida pela facilidade na prática do esporte e a relação com outras pessoas. Porém, há outros objetivos que também têm grande adesão. Tem gente que procura a corrida para emagrecer, ter uma melhora no condicionamento físico, concluir determinadas distâncias de provas, bem-estar, etc. A gente chama essa interação de “tribos”. Um detalhe importante é que Fortaleza também segue essa tendência, podemos dizer que é a capital do Nordeste da corrida de rua, é onde tem mais corridas associadas às federações de atletismo.

OP - Qual a missão da assessoria junto aos alunos? Qual impacto vocês desejam levar aos seus corredores?

Flávio Costa - A maior missão da assessoria é estar preparada para receber e oferecer o melhor cenário em serviço para seus alunos, seja ele qual for o seu objetivo. Desejamos levar uma bandeira positiva para que o aluno sempre se compare com ele mesmo em tempos atrás, nunca gerando competição entre os alunos, pois não é essa nossa intenção.

Não quero que o aluno X se compare ao aluno Y, que pode ter uma individualidade biológica mais preparada, que tenha um histórico de treino melhor ou que tenha uma boa condição de trabalho que permita dedicação maior aos treinos. A ideia é ele se comparar com ele mesmo: 'Como eu cheguei na assessoria? Como eu corria 5km e como corro hoje?'. Se ele tiver uma boa alimentação, orientação de um bom profissional e bom repouso, ele vai conseguir alcançar o objetivo.

OP - Qual a sua trajetória no esporte até hoje?

Flávio Costa - Minha trajetória no esporte se iniciou aos 7 ou 8 anos com o futebol, fui até os 10 ou 11 e dei uma parada. Voltei a jogar com 13, na AABB, e tive a oportunidade de viajar para Foz do Iguaçu, no Paraná, onde fui campeão brasileiro de futsal infantil. Jogava futebol direto, no colégio tinha bolsa de estudos. Passei pela AABB, Cívico-Militar, Uniclinic. Fui goleiro da seleção da Unifor e cheguei a jogar pela seleção brasileira universitária em uma competição na França. Cheguei a atuar profissionalmente pelo América, aqui em Fortaleza.

Dividia a rotina de treinos com faculdade e trabalho na época. Era um sonho que eu tinha. Foi uma experiência muito interessante, me ajudou muito a ser o profissional que sou hoje. Gosto de praticar futevôlei, vôlei de praia, mas o futebol foi o esporte que mais pratiquei durante toda minha vida. A corrida iniciei na época da faculdade, mas só comecei a me interessar mais depois.

Hoje em dia já tenho mais de 20 meias maratonas concluídas, já fiz quatro maratonas: duas no Rio de Janeiro, uma em Buenos Aires e uma em São Paulo. Uma dessas do Rio, corri 21km no sábado e 42km no domingo. Agora estou inscrito para a maratona do Rio e vou correr mais 42km. Minha ideia é correr uma maratona por ano.

O POVO - Como é o Tio Flavinho fora da Assessoria? Segue treinando sempre ou também tem outros hobbies?

Flávio Costa - Eu não consigo parar. Tenho um problema que durmo pouco, mas estou corrigindo isso. Sou muito ativo porque trabalho em vários segmentos da educação física. Trabalho desde a iniciação no futsal, em uma escola aqui em Fortaleza. Tenho uma escola de futebol que é conveniada da Inter de Milão, da Itália. Tenho a assessoria de corrida, organizo corridas de rua. Trabalhava como personal, mas deixei de lado agora justamente pela falta de tempo. Meu grande hobby é jogar futebol, procuro jogar duas vezes por semana. Já cheguei a jogar cinco vezes por semana, mas o desgaste e risco de lesão que o futebol proporciona não dá muito para casar com os treinos.

O POVO - Quais dicas você pode dar para quem tem interesse em ingressar nas corridas de rua?

Flávio Costa - Primeiro procure seu cardiologista, faça os exames para que você possa estar apto para a prática esportiva e, em seguida, procure uma assessoria ou um profissional que tenha essa capacitação. Eu sou responsável pela Tio Flavinho Assessoria, recebo muitos atletas que são iniciantes. Para você que tem interesse em participar, sugiro que nos procure (risos).

Após a procura desse profissional, você tem que avaliar as questões de acessórios dentro do que você está buscando. Dentro da sua rotina, o profissional vai avaliar como vai desenvolver os seus treinos. Importante, dentro desse trabalho, fazer paralelamente um fortalecimento do seu corpo. O fortalecimento é, muitas vezes, confundido apenas com musculação, mas ele pode ser feito através de outras metodologias.

Você pode trabalhar com pilates, crossfit, treinamento funcional. Existem vários métodos. É fundamental fazer um trabalho paralelo de fortalecimento, seja ele onde for. Importante também que esse profissional do fortalecimento saiba que você corre, justamente para adaptar o melhor treino possível, respeitando uma carga de treino que não vá lhe sobrecarregar.

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