Seis policiais militares foram baleados na madrugada desse sábado, 17, em Fortaleza. Um deles chegou ao hospital Instituto Dr. José Frota (IJF), por meios próprios, já pela manhã, com duas lesões por arma de fogo. O POVO apurou que o policial disse que trafegava de moto, no bairro Jardim Iracema, quando foi vítima de uma tentativa de assalto.
Assim como os demais PMs, ele também estava de folga. Os outros cinco policiais foram baleados na Barra do Ceará. As circunstâncias da tentativa de chacina são investigadas. Nenhum suspeito pelos crimes foi preso até o fechamento desta matéria.
O POVO procurou a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) para saber se, oficialmente, os casos são tratados como interligados. A pasta confirmou que os casos ocorreram "na mesma área e em espaço de tempo próximo", mas afirmou que os policiais ainda serão ouvidos para repassarem mais informações sobre a ocorrência.
Mais cedo, a SSPDS havia divulgado nota na qual afirmava que a 11ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), especializada em crimes contra agentes de segurança, investiga o caso dos cinco PMs baleados.
"Os policiais serão ouvidos com objetivo de repassarem informações sobre as ocorrências", informou a nota da SSPDS. A pasta não repassou informações sobre o estado de saúde das vítimas.
"Também está sendo apurado se as lesões sofridas pelos policiais têm relação com os crimes pelos quais eles estão sendo investigados. A situação está sendo acompanhada pela SSPDS, pela Polícia Militar do Ceará (PMCE) e pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD)", diz a nota.
A reportagem questionou a SSPDS quais são os crimes pelos quais os PMs são investigados, mas não obteve resposta. Entre as vítimas dos disparos está o soldado Igo Jefferson Silva de Sousa, um dos alvos da operação Interitus, deflagrada pelo Ministério Público Estadual (MPCE) em novembro passado.
O POVO apurou com uma fonte ligada à SSPDS que, após o assassinato do soldado Bruno Lopes Marques, os PMs feridos na Barra do Ceará estavam sendo ameaçados pela facção criminosa Comando Vermelho (CV).
Eles seriam moradores da região que engloba o Grande Pirambu e a Grande Barra do Ceará, ambas com atuação do CV, e, por isso, estariam sendo obrigados a se mudarem. Por causa disso, prossegue a fonte, os PMs haviam se unido e, extraoficialmente, ido até a região para buscarem suspeitos das ameaças.
Conforme o deputado estadual Sargento Reginauro (União Brasil) — que esteve no Instituto Dr. José Frota, para onde os PMs foram encaminhados na manhã deste sábado, 17 — dois dos PMs foram submetidos a cirurgia, sendo que o caso de um deles era mais grave, pois o disparo o atingiu na região do maxilar.