Assim como a ascensão de um filho pode ser gradual, a saída do fundador da empresa ou do alto escalão também. O presidente pode, por exemplo, seguir o caminho da constituição de um conselho de administração.
No caso do CEO, ele poderá sair da posição de executivo e ser o presidente do conselho, participando de tomada de decisão, mas sem estar no dia a dia.
Para Dalton Sardenberg, professor de estratégia e governança corporativa da Fundação Dom Cabral (FDC), o processo de sucessão exige desapego e, para isso, o atual presidente precisa diminuir, gradativamente, a necessidade que a empresa tem de sua presença. Desenvolvendo seus executivos e escolhendo o principal, seja um profissional formado na cultura da empresa ou de fora, do mercado.
Engana-se quem pensa que sair da liderança de uma empresa para integrar o conselho é trabalhar menos. Ênio Arêa Leão, cita uma expressão usada pelos norte-americanos: "Nose in, hands out. Que é você estar com o nariz dentro do negócio o tempo todo, mas não pode colocar a mão". E complementa que um mito é de que o conselho é uma aposentadoria.
"Não é. Conselho de administração é uma função muito relevante, com poder de decisão. A diferença é que ele não vai estar no dia a dia do negócio, ele vai estar focado nas coisas que realmente vão mudar a empresa daqui a cinco, 10, 20 anos", completa.