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As alternativas para mulheres que buscam créditos mais justos
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As alternativas para mulheres que buscam créditos mais justos

Crediamigo, Nossas Guerreiras e Ceará Credi são algumas opções
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Apesar dos dados preocupantes apontados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no Ceará, existem algumas alternativas de crédito para empreendimentos femininos. Uma delas é o Crediamigo, operado pelo Banco do Nordeste (BNB), em que o principal produto é o crédito solidário. Ou seja, um grupo de amigos se reúne e, através do aval solidário, consegue obter o empréstimo.

Segundo o relatório de demonstrações financeiras da instituição, foram desembolsados R$ 5,46 bilhões em mais de 1,8 milhão de operações, contemplando quase dois milhões de clientes. Apesar de não ser exclusifo para elas, destes contratantes, 68,2% são mulheres.

Para Cícero Alan, gerente de ambiente do Crediamigo, além dos benefícios financeiros, o microcrédito também tem promovido mudanças sociais. "Temos relatos de mulheres que conseguiram independência financeira, colocaram seus filhos em escolas particulares, adquiriram casa própria e veículos, e se desenvolveram economicamente. E isso reforça que, para nós, o microcrédito não se resume a crédito, mas a um processo de entendimento completo do cliente, considerando seus sonhos e objetivos."

Já no âmbito estadual, existe o Ceará Credi. Este, por sua vez, de acordo com o governador do Estado, Elmano de Freitas (PT), já liberou mais de R$ 168 milhões em crédito para mais de 67 mil micro e pequenos empreendedores, desde a sua criação, em 2021, sendo que cerca de 70% são do público feminino.

Além disso, ele explicou que estão desenvolvendo um projeto, em parceria com o Ceará Sem Fome, para visitar as famílias e oferecer oportunidades de emprego ou crédito para as mulheres. "Também vamos ajudar as beneficiárias a elaborar um plano de negócios, proporcionando crédito, financiamento e capacitação."

Quando a esfera é municipal, há o programa Nossas Guerreiras, da Prefeitura de Fortaleza, que fornece crédito de até R$ 3 mil para 15 mil mulheres de baixa renda na Capital. Ao todo, 12.770 já receberam. As beneficiadas, que também recebem capacitações e consultorias, têm carência de seis meses e podem pagar o valor recebido em até 30 meses sem juros.

Para participar, é necessário ser mulher, prioritariamente chefe de família, ter mais de 18 anos e o empreendimento estar localizado em Fortaleza, com preferência a um bairro de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-b).

Conforme Rodrigo Nogueira, titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) de Fortaleza, a iniciativa "vem mudando a vida das pessoas". Além disso, mais de 80% das que tentam conseguem obter crédito. "Porém, algumas desistem no meio caminho, não mandam a avaliação direito ou, até mesmo, a gente entra em contato e não respondem."

Há ainda os bancos comunitários. Um exemplo é o Banco Palmas, a primeira instituição financeira do tipo no Brasil, e que fica no Conjunto Palmeiras, em Fortaleza. Além de oferecer taxas de juros mais baixas que o mercado de bancos normal, e condições flexíveis, sendo possível parcelar em até 12 vezes, o crédito é facilitado e concedido em moeda social por meio do APP E-dinheiro Brasil.

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